[Resenha] O Homem-Cão: Vinte Mil Pulgas Submarinas: Uma história em quadrinhos (Homem-Cão #11)

Redação

O que têm em comum um romance baseado nos ideais da Revolução Francesa, uma narrativa que se desenvolve em torno de duas famílias que vivem em Salinas Valley, na Califórnia, e uma distopia de crianças perdidas em uma ilha deserta? As três tramas dos clássicos servem de pano de fundo para histórias sobre o Dog Man, personagem criado pelo autor e ilustrador americano Dav Pilkey, cujo lançamento do quarto volume da série policial com corpo de homem e cabeça de dog, O Homem Cachorro e o supergatinho, acaba de chegar às livrarias do país.

O herói que late diante do perigo foi criado a partir das aventuras da série Capitão Cueca da dupla Jorge e Haroldo. E foi no quinto ano escolar, mais especificamente no terceiro volume da série, que a tira policial canina começou a apresentar elementos de histórias clássicas. Aconteceu quando os dois meninos travessos, Jorge e Haroldo, já estavam “mais maduros e espertos”, como eles mesmos fazem questão de pontuar no prefácio “Homem-Cão no Palco”. Graças a Dona Chiefess, a professora de literatura, ou graças a ela, a dupla de amigos conheceu alguns clássicos e resolveu usar esse repertório como inspiração para contar as empreitadas desse segurança que estampa as capas dos jornais por sua atitude heroica e também distrai-se mordendo o pé da cadeira de madeira. Alguns velhos hábitos realmente nunca mudam.

A inspiração ficou clara no título, O Homem-Cão: Um Conto de Dois Gatinhos. O livro refere-se a Um conto de duas cidades, escrito em 1859 por Charles Dickens. André Czarnobai, tradutor do livro para a Companhia das Letrinhas, explica um pouco sobre esse processo de adaptação: “Um conto de duas cidades virou ‘kitties’ porque a sonoridade das duas palavras é muito parecida em inglês; em português, ‘cidades’ e ‘gatinhos’ são completamente alheios. Então este quebra-cabeça era bastante complexo. Muito se perdeu em muitos momentos, mas foi feito um grande esforço para, sempre que possível, reforçar as ligações entre as duas obras”.

Homem: Vinte Mil Pulgas Submarinas” é um romance satírico do comediante e escritor Jon Stewart. O livro é uma paródia de “Vinte Mil Léguas Submarinas” de Júlio Verne e segue as desventuras de uma infeliz tripulação a bordo de um submarino infestado com pulgas.

O livro é dividido em 15 capítulos, cada um contando uma parte diferente da história. O humor do livro é afiado e espirituoso, com Stewart criticando tudo, desde a política moderna até a cultura das celebridades. Os personagens são todos deliciosamente absurdos, com a tripulação do submarino formada por um grupo de desajustados e excêntricos.

A história começa com a tripulação do submarino, o USS Inconcebível, partindo em uma missão para explorar as profundezas do oceano. Eles rapidamente descobrem que sua embarcação está infestada de pulgas, o que leva a uma série de contratempos e desventuras hilárias.

Um dos capítulos de destaque do livro é “Flea-turing the Stars”, no qual a equipe encontra um grupo de celebridades de Hollywood que foram transformadas em pulgas gigantes. A sátira neste capítulo é particularmente mordaz, com Stewart espetando a superficialidade da cultura da celebridade.

Outro capítulo de destaque é “Flea-tality”, no qual a tripulação do Inconcebível se encontra no meio de uma guerra civil de pulgas. Este capítulo é hilário e surpreendentemente comovente, com Stewart usando o absurdo da situação para comentar sobre a futilidade da guerra.

Ao longo do livro, a escrita de Stewart é espirituosa e inteligente, com piadas e trocadilhos que certamente provocarão risos. Os personagens são todos bem desenhados, com cada membro da equipe tendo suas próprias peculiaridades e falhas.

Um dos pontos fortes do livro é sua capacidade de equilibrar o humor com o comentário social. Stewart usa o absurdo da situação para comentar uma variedade de questões, da política ao ambientalismo.

O ritmo do livro também é excelente, com cada capítulo se baseando no último para criar uma história coesa e divertida. O diálogo é nítido e rápido, com cada personagem tendo sua própria voz distinta.

No entanto, alguns leitores podem achar o humor do livro um pouco juvenil ou grosseiro às vezes. Além disso, a sátira pode não agradar a todos, já que algumas das piadas são bastante mordazes.

No geral, “O Homem-Cão: Vinte Mil Pulgas Submarinas” é uma sátira hilária e inteligente que espeta tudo, desde a política até a cultura das celebridades. A escrita de Stewart é afiada e espirituosa, e os personagens são deliciosamente absurdos. Se você é fã de sátira ou comédia, vale a pena ler este livro.

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