[Resenha] Infelizes para Sempre

Goutyne
By Goutyne

Parece que a cada livro a História de Sophie e de Agatha está longe de acabar. Após o evento surpreendente do final do segundo livro, Um Mundo Sem Principes, parecia que finalmente Agatha tinha encontrado o seu FIM assim coo Sophie, com o Diretor da Escola. Mas como poderia Agatha ser feliz sabendo que sua melhor amiga está nas mãos de um carrasco? Como ela poderia ser feliz sabendo que tudo pelo que ela lutara anteriormente com a amiga tinha ido por água abaixo? Esse é um dos motivos que leva Agatha e Tedros, agora em Gavaldon, a querer voltar para a escola. O que eles não esperavam era que o Diretor da Escola estava manipulando Sophie de todas as maneiras possíveis para ela permanecer ao seu lado.

Sophie sempre foi a bruxa que quis um amor. Seja de seu pai ou de um príncipe, que ela acreditava de todas as formas ser Tedros. Apesar de dizer que amava Agatha ela nunca provou, de verdade, esse amor e nunca acreditou que ele fosse o suficiente para a sua felicidade. Foram essas convicções que levaram ela para o caminho do mal durante toda a jornada das meninas da escola e agora não seria diferente.

A diferença é que ela tem a chance de ser uma rainha, como sempre sonhou (até mais do que o amor). E é basicamente nisso que este volume foca. Claro que não somente isso. Uma das coisas que sempre gostei em A Escola do Bem e do Mal é da capacidade do autor de colocar nas entrelinhas assuntos muito mais profundos do que somente aquilo que a história mostra.

No primeiro livro, ao meu ver, o foco foi nos pré-julgamentos que fazemos das pessoas. No segundo livro ele focou em questões feministas e lgbt. E finalmente no terceiro livro ele resolveu falar sobre relacionamentos tóxicos/abusivos. É maravilhosa a forma como o autor coloca na história de Sophie um relacionamento abusivo com o Diretor da Escola. Ela acredita que ele é seu grande amor, mas ao mesmo tempo tem medo dele e do que ele pode fazer contra ela ou com pessoas que ela ama. Ele também a manipula para fazer o que ele quer e usa de palavras para feri-la, seja sobre sua personalidade, ou falando que ninguém nunca ir-a ama-la com exceção dele mesmo. Os sinais não são tão óbvios dentro da narrativa e talvez um publico mais jovem não consiga diferenciar, mas eu sendo tiazona achei ótima a colocação para um livro focado a um publico adolescente.

Mesmo que Sophie continue sendo uma personagem desprezível é maravilhoso como mulher ver o empoderamento que ela terá ao longo de sua jornada. Isso não significa que ela mudara para o lado do bem, mas isso é discutível pelas suas atitudes no final do livro. Assim como a bruxa, Agatha também terá suas mudanças na jornada. Mas são mais sutis. Suas mudanças e empoderamento são, na verdade, contra ela mesma.

Ela sempre achou que não seria capaz, ela sempre acreditou ser uma coisa quando na verdade era outra e nunca se achou digna das coisas que tem mas sua percepção disso muda neste volume. Quanto ao relacionamento dela e Tedros ainda acho que existe pontas soltas… Particularmente não gosto deles como um casal, mas o romance não fica focado na obra apesar de ter um papel importante na história.

Juntando tudo isso, mas uma guerra, aventura e amizade temos esse terceiro volume que ficou lindo. Dos três livros foi o que eu mais enrolei para ler pois algumas passagens foram mais cansativas para mim, mas isso não tirou a grandeza da obra. Gosto da forma como o autor aborda contos de fadas e mulheres empoderadas (ou mulheres que vão se empoderar). E é justamente por isso que eu espero conseguir vê-lo na Bienal do livro deste ano.

Compartilhe Este Post
By Goutyne
Follow:
Bem-vindo ao nosso site dedicado ao entretenimento e cultura! Aqui, você encontrará uma variedade de conteúdos envolventes sobre filmes, séries, resenhas de livros e ofertas imperdíveis.