O Mimimi do Feminismo e real?

Goutyne
By Goutyne
O Mimimi do Feminismo e real

O feminismo é realmente necessário? Será que já não alcançamos tudo aquilo que gostaríamos? E se tudo isso, todas as lutas, toda a militância, todo o estudo, for mesmo só “mimimi”? Será que não passamos do ponto e estamos dramatizando, exagerando e enlouquecendo? Bom, de dramáticas, exageradas e loucas já somos chamadas há décadas. Séculos, arrisco dizer.

Há mil anos, os seres humanos viviam num cenário onde a força física era o atributo mais importante para a sobrevivência. De uma maneira geral, homens são fisicamente mais fortes. Bingo. Liderança masculina. Há mil anos. Me pergunto quem é a pessoa mais qualificada para liderar atualmente já que o mundo não é mais o mesmo e as necessidades muito menos. A pessoa mais inteligente, mais culta, mais criativa e mais inovadora talvez seja um bom chute. Acredito não ter hormônios para esses atributos ou gravidez que possa impedi-los.

Perdemos muito tempo ensinando as meninas a se preocupar com o que os meninos pensam delas e a acreditar que ser benquista é muito importante. O mais importante. O resultado? Milhares de artigos e livros ensinando o que as mulheres devem fazer, como devem ou não devem ser para atrair e agradar os homens. Vocês, dramáticas, exageradas e loucas, têm como maior objetivo de vida atrair agradas os homens? Aliás, já te perguntaram se sentem atraídas por eles? Perdão, estou devaneando! Como não se atrair por homens?

Investimos em ser ‘queridas’ e isso não inclui ser agressiva, tampouco discordar. A raiva não cai bem nas mulheres. A raiva ameaça e uma mulher não vai querer ser ameaçadora, vai? Bom, ao longo da história, grandes mudanças aconteceram por causa da raiva. Repensemos.

Assim como a raiva não é para mulheres, ter medo, se sentir fraco ou se mostrar vulnerável não são coisas “de menino”. Os enclausuramos numa jaula pequena e resistente, abafando a humanidade que existe neles. Eles não podem ter sentimentos femininos – é, sentimentos têm gênero – e precisam esconder quem são e o que pensam se o que são e pensam não for classificado como masculino. E como é limitado o conceito de masculinidade…. Quanto mais duro o homem acha que deve ser, mais fraco é seu ego. Assim, ensinamos as meninas a cuidar do frágil ego masculino: se encolha, se diminua. Você pode ser ambiciosa, mas não muito. Deve almejar o sucesso, mas não tanto. Se não você emascula o homem.

Não se pode ser “mais” do que eles. O sucesso feminino ameaça o homem. Tanto o homem quanto a mulher dizem: “eu fiz isso porque queria paz no meu casamento”. Quando os homens dizem isso, em geral se referem a algo que eles não deveriam mesmo fazer. É como eles se justificam para os amigos, e no fim das contas isso serve para comprovar sua masculinidade – “minha mulher disse que não posso sair todas as noites, então daqui para frente, para ter paz no meu casamento, só vou sair aos finais de semana”. Quando as mulheres dizem que tomaram determinada atitude para “ter paz no casamento” é porque, em geral, desistiram de um emprego, de um passo na carreira ou de um sonho.

Simone de Beauvoir afirmou que “não se nasce mulher, torna-se”. Acrescento dizendo que não se nasce homem, macho alfa, pai de família e machista, torna-se.

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