É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem? Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana.
Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no crescimento delas.
Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos?
Em O sorriso da hiena, Gustavo Ávila cria uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos, em uma história que vai manter o leitor fisgado até a última página enquanto acompanha o detetive Artur Veiga nas investigações para desvendar essa série de crimes que está aterrorizando a cidade.(Resenha: O Sorriso da Hiena – Gustavo Ávila ).
A capacidade humana de desenvolver a sua moral está diretamente ligada ao que vemos, sentimos e realizamos durante as fases de nossa vida. O ser adulto é um produto que começou a ser formado ainda criança, fase esta, que agregamos os traumas, medos, alegrias e sabores. Com isso, de uma forma muito detalhada e arriscada, Gustavo Ávila incendeia a mente do leitor com a brilhante história de O Sorriso Da Hiena.
Neste livro acompanhamos a brutalidade que o ceifamento de vidas causam na mente de uma pessoa em formação. David é um homem misterioso que traz uma proposta intrigante e nauseante ao psicólogo William, á dele ser o resposável por estudar o comportamento de cinco crianças após assisterem o assassinato brutal de seus pais. A recusa seria automática se William não estivesse passando por uma fase de desavença profissional consigo mesmo. Cansado de prestar atentimentos gratuitos a problemas tão rasos com crianças e adultos, ele vê na proposta de David a possibilidade de engradecer o seu nome na psicologia e por isso, no jogo mental elaborado por David ele cai e sua vida a partir dali vira do avesso.
Os assassinatos cometidos por David possuem semelhanças e distâncias entre as vítima. Aleatoriamente, ele escolhe cinco famílias, planeja passo a passo a partir da rotina de cada e comete os assassiantos, dando a Willian as crianças para serem entendidas e estudadas.
No meio de toda essa bagunça provocada por David, a polícia e o renomado detetive Artur Veiga se veem em uma encruzilhada muito bem elaborada por um serial killer. Famoso por apresentar soluções rápidas e por usar métodos nada convencionais, Artur se sente deslocado e à um passo atrás de David o tempo todo. Tendo que lidar com a pressão por parte do delegado, sofrendo pelo desaparecimento de sua companheira de farda e tendo que decidir se namora ou não com uma nova pretendente; Artur mal consegue ligar os pontos quando o jogo de David se encerra.
A trama de O Sorriso Da Hiena é muito bem elaborada, é daquelas que fisga o leitor e que você consegue ler em uma única sentada. Os personagens construídos por Ávila são perfeitos, a cada página o leitor sente as emoções de cada um e entra em conflito o tempo todo com suas ações e seus passos; naturalmente o leitor se relaciona com todo o conjunto da obra. William é o perosagem que mais chama atenção, pois, sabendo de todos os seus conflitos a pergunta que fica é o que teria acontecido se ele tivesse recusado a proposta de David? Pois, a partir do momento que ele disse sim ele deixou de lado sua ética e moral e passou a ser um cúmplice de assassinatos que estavam aterrorizando a cidade.
Sendo assim, O Sorriso Da Hiena faz jus ao maior atribitos desses animais. Sua brutalidade e carnificina, a risada que demonstra o deboche diante de suas vítimas; e com toda sua discussão sobre o que é bem e mal, o que é moral e ética, e o que fazer e não fazer; faz desse livro uma super potência da litetaruta brasileira atual. Leiam!
P.S: Até hoje não sei lidar com o final, mesmo entendendo. Mas, não tenho maturidade. Gustavo Ávila é meu autor brasileiro preferido e já estou ansioso para seu próximo lançamento.