[Resenha] Não Durma

Redação

Experiências de quase-morte são temas interessantes para histórias de suspense e terror. Existem centenas de possibilidades para os autores brincarem com a criatividade e entregar para nós, ávidos leitores, aquela trama de gelar a espinha ou causar um incômodo na hora de dormir com a luz apagada. Não Durma, de Michelle Harrison, tem bons ingredientes para o suspense e chega a flertar, na minha opinião timidamente demais, com o terror.

Elliott, um garoto de 17 anos, não dorme bem desde o acidente que quase o matou. Às vezes, ele fica em um estágio meio adormecido, meio acordado e se vê cercado por silhuetas em movimento. Em outras, é ele quem se move, enquanto seu corpo permanece inerte na cama. Médicos dizem que a paralisia do sono e as experiências extracorpóreas são inofensivas – mas, para Elliott, elas são assustadoras.

Determinado a descobrir o que está acontecendo, ele consegue um emprego em um museu conhecido por ser mal-assombrado. É onde conhece a enigmática Ophelia. À medida que os dois ficam mais próximos, Elliott se torna o foco de ainda mais atenção dos mortos. Certa noite, ao retornar de uma experiência extracorpórea, ele não encontra o próprio corpo. Alguma coisa está o ocupando, algo morto que quer viver de novo – e quer Ophelia também… (Resenha: Não Durma – Michelle Harrison)

Com uma boa pegada narrativa, naquela linguagem bem tranquila, Não Durma consegue envolver facilmente com a história de Elliott, um garoto que passou alguns minutos clinicamente morto e vivenciou uma experiência extracorpórea (em que a pessoa conscientemente se move, mas o corpo permanece inerte. Podemos chamar de espírito ou alma, porém a pessoa encontra-se viva). Agora, constantemente Elliott, se pega repetindo essas experiências. Aparentemente ele não tem controle sobre quando elas podem ocorrer. E o pior é que com isso ele acabou se transformando num ímã para os mortos.

A partir dessa promissora ideia, Michelle Harrison desenvolve um ótimo suspense, mas que envereda pelo caminho do romance juvenil e perde muito do lado sombrio. A construção da relação entre o drama de vida de Elliott e sua nascente paixão por Ophelia é envolvente.

Ao mesmo tempo, porém, todos os mistérios que vão surgindo criam uma expectativa que não se concretiza no momento em que as verdades vêm à tona. A autora seguiu um ritmo tranquilo de narração e quando deveria levar tudo para o clímax, o fez de forma veloz. A pressa em revelar tudo e finalizar o livro prejudicou muito a qualidade da obra para quem se envolveu com cada detalhe apresentado.

Aos leitores menos afeitos ao terror e que curtem a mescla de suspense sobrenatural com adolescentes apaixonados, Não Durma é uma ótima pedida. Não vai assustar ou impressionar ninguém, mas vai garantir uma ou outra passagem mais tensa. Por outro lado, aos fãs de histórias de tirar o sono, a obra vai deixar a desejar e soar fraca e inocente demais. Na dúvida, vale a leitura.

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