[Resenha] Prodigy: Os opostos perto do caos

Redação

Apesar de não ser tão falada por aí quanto as séries do gênero distópio como Divergente, Jogos Vorazes, etc., acho que a continuação de Legend era uma das publicações mais esperadas desse ano. Pelo menos pra mim. Essa distopia que se passa no ano de 2130 mostra um país dividido: os Estados Unidos não existem mais e se diviram entre a República da América e as Colônias dos Patriotas. Em Legend temos uma visão mais completa de como funciona a República e agora em Prodigy, nós temos um vislumbre das Colônias e descobrimos como essa guerra começou.

Prodigy continua com a mesma dinâmica de seu antecessor. Marie Lu continua usando dois pontos de vistas diferentes para nos contar a história: o de Day, nascido na parte pobre da população, o “criminoso” mais procurado (e suportamente morto) pela República, com seu jeito malandro porém cheio de boas intenções, e o de June, garota inteligentíssima, nascida na elite, com um futuro promissor dentro do alto escalão do exército da República até ajudar Day a fugir da morte.

Ambos representam dois lados diferentes de uma mesma moeda e formaram, ao final do primeiro livro, uma parceria improvável que continua em Prodigy, apesar de alguns momentos ainda terem ideias e visões divergentes do que deve ser feito e das atitudes a serem tomadas. Essa visão dupla enriquece demais o enredo e ajuda a autora a destacar ainda mais a dualidade da história da sua trilogia.

A frase “Os opostos pertos do caos” traduz exatamente os acontecimentos do livro. Depois de conseguirem fugir no dia da execução de Day, ele e June estão foragidos, mas precisam de ajuda para tratar as feridas de Day, cujo foco ainda é ir atrás de seu irmãozinho mais novo, Éden, a única família que lhe restou. O tempo todo alguma reviravolta acontece no enredo e os personagens são obrigados a repensar seus passos de imediato. Isso dá um ritmo acelerado à história e não deixa espaços para enrolações ou tempo para questionamentos, tudo acontece muito rápido. Isso, pra mim, é um dos pontos altos da série, ela sai do padrão literário de personagens indecisos. Apesar de duvidarem do resto do mundo, em pouco tempo uma enorme cumplicidade surgiu entre os protagonistas e eles confiam piamente um no outro. Sem hesitações.

Outro ponto que me agrada demais na série é o fator político com as mentiras, as intrigas e as manipulações. A situação que se encontra o antigo Estados Unidos nos livros e a forma como a autora expõe os fatos e acontecimentos é tão verossímil que é algo que acabamos imaginando ser realmente possível de acontecer daqui a alguns anos. No começo da minha leitura pensei que as coisas estavam se encaixando muito bem e rápido demais para os personagens e até cheguei a pensar que estava tudo com um rumo muito óbvio… não era possível que depois de um livro tão bem escrito e intrigante a autora escrevesse algo assim tão simples, que se encaixava perfeitamente. Alguma coisa tinha que estar errada. E estava.

Eis que Marie Lu surpreende e a história toma (vários) rumo(s) inesperado(s) e ela dá um desfecho que me pegou completamente despreparada. Simplesmente larguei meu e-reader e fiquei encarando a página descrente do que tinha acabado de ler. Pode parecer exagero da minha parte, mas quem leu sabe bem do que estou falando. A única pergunta que eu tenho é: “o que acontece agora?”

Um enredo muito bem estruturado, personagens maduros, originais e bem contruídos, muita ação com direito a explosões, lutas, aviões de combate e manobras radicais, traição, altruísmo, egoísmo, e claro, uma pequena dose de romance. Isso é Prodigy, um dos melhores livros distópicos que eu já li. E você, está esperando o que pra começar a ler?

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