[Resenha] O Impulso

Goutyne
By Goutyne

No livro de estreia da autora canadense Ashley Audrain somos apresentadas a Blythe Connor, uma mulher que apesar da infância dificil conseguiu se tornar uma adulta decente e com um bom marido. Mas apesar de sua vida parecer ser perfeita ela ainda carrega muitos traumas de seu passado, principalmente aqueles que estão relacionados a sua mãe e por isso Blythe é muito relutante com a ideia de formar uma família, mas seu marido acaba convencendo-a de que ela será uma mãe exemplar. Com o nascimento de Violet ela passa a ter certeza de que não foi feita para isso, pois logo nas primeiras horas de vida Violet parece negar a própria mãe da mesma forma que Blythe não se sente conectada a essa criança. Aquele amor magico entre mãe e filha parece não existir entre essas duas e mesmo durante o crescimento dela esse relacionamento vai cada vez pior, nenhum esforço é capaz de fazer com que elas se amem. Quando Blythe tem seu segundo filho, Sam, seus sentimentos de mãe mudam completamente, já que agora sim ela sente a conexão esperada e o amor maternal; Mas uma tragédia irá mudar essa família para sempre.

Resenha

Eu precisava dar um resumo da trama para quem ainda não tinha lido nada sobre o livro. Pois bem, esse é um livro — até certo ponto — forte. Eu digo isso pois a maternidade é um assunto muito delicado para algumas mulheres e até tabu se pensarmos na sociedade que não aceita, por exemplo, que mulheres exponham a realidade da maternidade na internet. A autora em nenhum momento romantizou o nascimento de uma criança ou o ato de amamentar, por exemplo, e muito menos colocou como sendo ruim os sentimentos que Blythe sentiu inicialmente por Violet. Mas como a história em si não é só sobre os problemas da maternidade através desse sentimento que elas tem uma pela outra a trama vai se desenvolvendo e eu gostei bastante como a autora conduziu isso de uma forma que me fez desconfiar de uma criança.

Eu cresci assistindo O Anjo Malvado e em diversos momentos foi muito difícil não imaginar Violet sendo essa criança horrível, sabe? É claro que Blythe não é uma narradora muito confiável e por diversos momentos eu cheguei a pensar que ela estava ficando louca por descrever a própria filha daquela maneira e por ela ter aqueles sentimentos, mas de modo geral eu acabei confiando muito naquilo que ela estava me entregando.

Acho que a autora pecou um pouco ao nos entregar o passado da familia de Blythe da forma como ela escolheu fazer, pois para mim várias coisas da personalidade dela foram entregues com esse capítulos. Acho que a intenção era nos confundir para que duvidássemos mais dela mas o efeito foi contrário principalmente por ter criado uma noção de empatia muito maior com tudo o que ela sentia.

Eu li comentários negativos sobre o livro e devo dizer que concordo com alguns deles. O livro nos é apresentado como um suspense, thriller psicológico, mas para mim ele foi muito mais um drama. Tinha alguns momentos que eu senti um suspense? Sim, mas são bem poucos e não servem para definir o livro como sendo desse gênero para mim. Apesar de ter frustrado as minhas expectativas nisso eu ainda gostei do livro pois ele conseguiu me prender a ponto de eu ler 250 páginas em uma noite (o livro te umas 300). Eu vou continuar indicando esse livro para quem quer algo que fale sobre maternidade de um jeito não convencional e que pode chocar algumas pessoas, pois isso ele conseguiu para mim.

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