[Resenha] Esconda-se, de Lisa Gardner

Redação

Esconda-se é o segundo volume da série de Lisa Gardner protagonizada pela detetive D.D. Warren. Outros dois livros dessa coleção já foram publicados no Brasil pela editora Novo Conceito: Viva Para Contar e Sangue Na Neve, quarto e quinto volumes, respectivamente. Embora pertencentes a uma mesma série, não há a obrigatoriedade de serem lidos em sequência, uma vez que cada volume narra um diferente caso e, inclusive, os livros foram lançados fora de ordem no Brasil. Contudo, detalhes de casos passados podem ser mencionados dando spoilers de livros anteriores, como é o caso de Esconda-se que traz informações sobre Alone, primeiro livro da série – não publicado no Brasil -, conforme a sinopse disponível no site da autora.

Algo importante a destacar é que, embora a série leve o nome da detetive D.D. Warren, ela não é a protagonista nos primeiros volumes, ainda que seja uma das principais personagens. Em momento algum de Esconda-se a história é narrada sob seu ponto de vista; ao contrário, os capítulos são intercalados pela visão do sargento Bobby, em terceira pessoa, e em primeira pessoa de acordo com a vítima do caso respectivo a cada livro.

A escrita de Lisa Gardner é bastante fluida e permite um rápido envolvimento com a leitura. Também, a autora sabe como criar e manter o suspense na história, dando as informações pouco a pouco e, assim, aumentando o interesse e a curiosidade do leitor a respeito do caso em questão. Em momento algum me vi entediada com a história ou não envolvida com ela, e sim instigada a prosseguir e sem vontade de interrompê-la.

Annabelle Granger chega em casa depois da escola apenas para encontrar o pai temeroso, a mãe em prantos e toda a sua vida condensada em cinco malas. Sem saber o porquê, a garota acompanha os pais para uma nova cidade, onde assumem novos nomes e tentam viver abaixo de todas as suspeitas. Assim foi a vida de Annabelle, uma fuga sem fim de um medo sem nome ou face. A garota jamais soube do que estava fugindo, apesar de ser pai ser bem claro quanto ao tamanho dessa “coisa ruim” que, aparentemente, os perseguiu pelo país. A mãe de Annabelle aguentou até os quatorze anos da filha, quando finalmente desiste e toma um frasco inteiro de pílulas. Anos depois, a garota e o pai finalmente voltam para sua cidade natal, Boston. Após pouco tempo o pai de Annabelle morre e agora, como Tanya Nelson, a mulher segue sua vida. Annabelle, apesar de não ignorar tudo o que aprendeu com o pai, finalmente vê uma chance de liberdade, até que encontra o seu nome estampado em uma reportagem sobre seis garotas mortas.

Como um bom suspense policial, o quebra cabeça inicial aparentou ser indecifrável, e me vi questionando em vários momentos como seria resolvido. Contudo, pouco a pouco as peças foram se encaixando e dando forma à resolução, que em nada me decepcionou. Mesmo quando tudo parecia solucionado, Lisa Gardner ainda conseguiu injetar uma dose extra de adrenalina nos momentos finais da história, dando um maior e mais empolgante ritmo a ela.

E falando nos personagens, eles são um show a parte em “Esconda-se”. Complexos, cada um tem um papel na história, além de muita personalidade, o que os faz pular das páginas e se tornar real diante os olhos do leitor. Todos os personagens são misteriosos, com uma gama de sentimentos e reações e nos surpreendem a cada momento, nem um deles pode ser realmente o que parecem ser. Annabelle conquista primeiramente por causa da história sofrida, mas são sua força, coragem, inteligência e sensibilidade nas medidas certas que encantam. Bobby já provoca uma reação de amor e ódio.

Em parte gostei dele por causa de seu caráter e gentileza, mas me irritei com a facilidade que ele parece se subjugar às mulheres. Primeiro D. D. e Catherine, e depois Annabelle. Apesar do comportamento protetor diante elas, Bobby parece nunca saber como se relacionar corretamente com elas. Já no caso de D. D., nossa relação foi apenas de ódio mesmo. Confesso que não gostei da protagonista. Ela é, na maioria do tempo, rude e insensível, que só enxerga o trabalho e si mesma. Entendo em que a personagem estava o livro todo sobre pressão, mas será que ela podia ser um pouquinho mais gentil com todos? Achei D. D. muito chatinha e completamente diferente do que esperava. Mas quem sabe com a leitura de outros livros da série minha opinião sobre ela não mude? Assim espero…

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