[Resenha] Amor verdadeiro na livraria dos corações solitários: 2

Redação

Verity Love é a mente por trás das finanças da antiga Bookends, agora “Felizes para Sempre”. Apesar de ser fã de Orgulho e Preconceito, a ponto de decorar cada parte do livro e usar frases para refletir determinadas situações na vida, sua natureza não é romântica.

Ela chegou a essa constatação após seu último — e único — namoro, quando entendeu sua incapacidade de amar e se entregar a alguém de forma incondicional. Seu mundo interior fica muito melhor se resumindo a silêncio, sem excessivos contatos físicos ou saídas para festas ou baladas. Ela é a perfeita definição da palavra antissocial.

Mas, diante das exigências sociais que a querem forçar a socializar com pessoas em boates, bares ou festas, assim como ter um namoro, para que tenha uma vida mais “convencional” — afinal, quem disse que uma mulher tem que fazer/ter tudo isso para ser feliz? — ela tem a pessoa perfeita ao seu lado: Peter Hardy, a personificação do namorado perfeito, cuja profissão — ele é oceanógrafo —, não permite que ele passe muito tempo ao lado de Verity. O melhor de tudo? Ele é seu namorado imaginário, criado por ela para fugir de todas as exigências de seus companheiros de trabalho. 

Mas, como diz o ditado, mentira tem perna curta. Uma bela noite, ela é seguida até seu restaurante favorito por suas amigas curiosas, loucas para conhecer Peter, o oceanógrafo. Para evitar ser pega na mentira, ela senta à mesa de um bonito estranho, e o convence a entrar no seu jogo como o substituto do seu namorado imaginário.

Só que Johnny, o estranho, faz questão de saber melhor sobre a história dela, e vê nisso uma oportunidade de ambos se ajudarem: eles fingiriam um namoro, para satisfazer as exigências dos amigos, que querem ver os dois felizes e acompanhados em eventos sociais. Tudo isso de forma impessoal, sem envolver sentimentos.

Só que, no decorrer do relacionamento dos dois, a distância que ambos pretendiam ter um do outro é quebrada, à medida que passam o conhecer o íntimo de cada um, o que os motivaram a agir dessa maneira. Começa com uma simples amizade, que vai se intensificando com laços mais fortes, até o ponto de Very se ver totalmente confusa sobre Johnny. Afinal, ela é a mulher que não cultiva sentimentos amorosos e tem como regras fugir disso.

No final disso tudo, Very terá percorrido um longo caminho para compreender a si mesma, e de quebra, verá que não é tão imune a sentimentos…

Eu esperei ansiosa a história de Very, afinal, me identifiquei muito com ela. Nesse livro, passamos a conhecê-la mais, o que moldou sua personalidade. Vemos como a autora trabalhou de maneira muito boa em criar a personagem, pois cada ponto de sua vida, o que a fez assim, é bem amarrado. Então vemos a personagem evoluir, ganhar ainda mais vida à medida que seus sentimentos se tornam reais e o passado vai sendo deixado para trás, quando é compreendido e aceito por ela.

O que deixou uma nuvem cinzenta no livro, no meu ponto de vista, foi Johnny. Enquanto Very deixava o passado para trás e se abria a novos sentimentos, ele continuou cultivando o passado, em uma ridícula noção de único e eterno amor por alguém que não merecia, e isso me fez querer gritar em vários momentos da leitura. A verdade estava na cara dele o tempo todo, mas ele era totalmente cego, e isso para mim desgastou o livro, porque esperava ver algo mais, que não rolou. E o final não contribuiu para isso, pois, para mim, Johnny não mostrou a evolução que esperei em todo o livro.

Mas enfim, a leitura vale a pena por Very, eu realmente me identifiquei com a personagem, e creio que muitos também irão se identificar. Sem contar que a narrativa é bem condimentada com doses de humor, drama e aquela pitada de romance que amamos.

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