Como as bactérias do intestino ajudam na digestão?

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By Goutyne
Como as bacterias do intestino ajudam na digestao

Existem cerca de 100 trilhões de bactérias residindo no intestino de cada ser humano. Para colocar isso em perspectiva, esse número é cerca de 1 milhão de vezes maior do que a população mundial!

O que é ainda mais surpreendente é que as bactérias intestinais desempenham um papel fundamental em nossas funções corporais e ajudam a nos manter saudáveis. Uma de suas principais funções é nos ajudar a digerir os alimentos e absorver adequadamente os nutrientes de nossa dieta.

No entanto, como exatamente elas ajudam na digestão? É isso o que vamos descobrir ao longo deste artigo!

Entendendo como as bactérias do intestino ajudam a “quebrar” os alimentos

Nós mastigamos e engolimos nossa comida, levando-a para o estômago, onde os ácidos dividem os alimentos em componentes mais simples. Depois disso, os nutrientes e a água são absorvidos por nossos intestinos, de modo que tudo o que resta sai como matéria fecal, que é o famoso “cocô”.

Isso pode parecer bastante simples, mas é um processo complexo. Cerca de 60 toneladas de alimentos passam pelo corpo de uma única pessoa em sua vida. Isso é o equivalente ao peso de cerca de 10 elefantes! Dito isto, fica fácil entender como alguma ajuda se torna necessária para digerir tanta comida.

Os cientistas perceberam que só somos capazes de digerir nossa comida com a ajuda de nossos “inquilinos intestinais”, que são as bactérias do intestino. Na verdade, existem alguns nutrientes que nem sequer seríamos capazes de digerir e absorver sem elas.

Um desses tipos de moléculas de alimentos são os açúcares complexos, conhecidos como polissacarídeos. Basicamente, eles são grandes moléculas de açúcar que estão abundantemente presentes em plantas e animais. Exemplos de polissacarídeos em plantas são o amido e a celulose.

As bactérias em nosso intestino decompõem os polissacarídeos em moléculas simples de glicose, que podem então ser facilmente absorvidas por nossos intestinos. Para resumir, elas “quebram” os compostos em nossa comida que não podemos lidar sozinhos, transformando-os em combustível que nossos corpos podem usar para se alimentar.

As bactérias do intestino são especialmente importantes para a digestão do amido resistente

Um exemplo de açúcar difícil de digerir é o amido resistente. Estima-se que entre 2 a 20% do amido dietético que consumimos não pode ser digerido pelas enzimas do nosso corpo. Alimentos comuns que contêm amido resistente incluem banana, arroz, batata e milho.

Felizmente, graças às nossas bactérias intestinais, esse amido não é desperdiçado. Certas cepas de bactérias intestinais, como a Ruminococcus bromii, são verdadeiras especialistas em quebrar formas mais resistentes de amido. Essas bactérias possuem hidrolases de glicosídeos, que são enzimas capazes de digerir açúcares complexos.

Na prática, essas bactérias quebram o amido resistente em nosso sistema por si mesmas, liberando gorduras ou, mais especificamente, ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) como subprodutos. Esses ácidos graxos de cadeia curta têm propriedades benéficas que fortalecem nossos cérebros e seus neurônios.

Além das hidrolases de glicosídeos, os trilhões de bactérias intestinais que vivem o corpo humano também produzem inúmeras enzimas que ajudam ainda mais a decompor os nossos alimentos.

Uma palavra final

Existem centenas de tipos diferentes de bactérias no intestino humano, sendo que estudá-las individualmente acaba se tornando um processo muito complexo. Curiosamente, o velho ditado que diz “Você é o que você come” parece se encaixar perfeitamente aqui. Das inúmeras bactérias que vivem dentro de nós, podemos favorecer o crescimento de algumas em relação a outras, de acordo com o que comemos.

Quando você opta por comer um sanduíche de bacon e queijo em vez de uma salada de frutas, você aumenta o número de bactérias que amam o conteúdo do sanduíche, mas as pobres bactérias que amam frutas acabam tendo uma maior probabilidade de literalmente morrer de fome.

Com isso em mente, recomenda-se comer alimentos variados e frescos para sustentar as bactérias boas que já temos dentro de nós. Consumir uma guloseima açucarada pode ser algo bom de vez em quando, mas não deve aparecer regularmente no menu.

Se tivermos bactérias intestinais ruins crescendo dentro de nós, isso pode levar a muitos problemas estomacais e até mesmo nos impedir de obter nutrientes saudáveis. O que é ainda mais interessante é que as bactérias intestinais podem nos fazer sentir certos desejos relacionados a certas comida que elas querem, mas esse assunto vai ficar para uma outra oportunidade…

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