[Resenha] Todas as suas (im)perfeições

Goutyne
By Goutyne

Quinn estava noiva. Graham estava a ponto de fazer o pedido. A ruína de seus relacionamentos foi o que promoveu o primeiro encontro entre os dois, e o que acabou por uni-los tempos depois, quando um segundo encontro entre eles aconteceu.

Um amor incrível nasceu de um começo tão inesperado, um casamento que trouxe o melhor de cada um e que mostrou o tom da felicidade está agora, aos poucos, desfalecendo e transformando tudo aquilo que eles construíram na sombra de algo que já não são.

Quando pego algum livro de Colleen Hoover, tenho duas certezas sobre como será minha leitura: ininterrupta e emocional. Todas As Suas (Im)Perfeições não apenas cumpriu com os dois requisitos quanto ganhou o posto de meu livro favorito da autora. 

Quinn e Graham se conheceram no pior dia de suas vidas. Porém, o infeliz acontecimento foi ressignificado pela intensa conexão que surgiu entre os dois. Extremamente apaixonados, acabam se casando e vivendo um relacionamento dos sonhos. Contudo, quando decidem que estão prontos para ter uma criança, os problemas de fertilidade de Quinn e a impossibilidade de Graham em adotar por conta de um erro em seu passado vão pouco a pouco desgastando a relação entre eles.

Peguei o livro no final de uma noite apenas para iniciar a leitura. Quando percebi, eram pouco mais de duas da manhã e eu estava, aos prantos, virando a última página. No fundo, a noção de que a experiência seria essa já existia em mim antes mesmo de eu começar; a narrativa de Colleen Hoover é sempre tão envolvente e fluida que surpreendente é quando levo mais de um dia para concluir algum de seus romances.

No caso de Todas As Suas (Im)Perfeições, o que faz da leitura ainda mais instigante é a maneira de como o enredo foi estruturado. Os capítulos se alternam entre Antes, apresentando o início da relação entre Quinn e Graham, e Depois, quando os dois já estão casados há anos e sofrendo as consequências da impossibilidade de gestação.

Sempre pela perspectiva de Quinn em primeira pessoa, a justaposição dos capítulos torna gritante e brutal as diferenças ocorridas no casamento, e nos vemos ávidos por alternar entre os dois momentos: ao mesmo tempo em que o Antes causa o conforto de um início feliz, a angústia do Depois provoca uma necessidade de se saber como o conflito será resolvido — se é que isso será possível.

Apesar de, aqui, encontrarmos personagens mais velhos do que normalmente são os protagonistas nas obras da autora, o estilo de Colleen Hoover é inconfundível: ela sabe despertar os mais diversos sentimentos no leitor, assim como sempre oferece diálogos cativantes e relações apaixonadas entre seus protagonistas, aspectos que se fazem presente com maestria em Todas As Suas (Im)Perfeições.

Além disso, o romance transborda sensibilidade ao construir as nuances da personalidade de Quinn e Graham: suas dores — e imperfeições — tornam não apenas os protagonistas reais, mas especialmente o relacionamento que vivem.

É impossível não se imaginar na pele dos dois, naquele instante em que se olha para trás e se pergunta “Mas como foi que chegamos aqui?”. De maneira alguma fica um buraco na trajetória que a autora constrói; ao contrário, cada passo é tão bem dado que o casamento, mesmo se desfazendo, parece sólido a quem lê.

Assim que terminei a leitura, me permiti sentir com ainda mais intensidade tudo aquilo que Todas As Suas (Im)Perfeiçõesme proporcionou. Colleen Hoover me fez pensar em minhas próprias atitudes ao buscar imperfeições nos outros e nas mais diversas situações, além de me deixar apaixonada por Quinn e Graham.

A força e, especialmente, o amor entre os dois é de aquecer o coração e de se sofrer por todas as provações a que são submetidos. Fiquei encantada pela história, com a sensação de que, mais do que uma leitura, acompanhei uma lição de vida.

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