[Resenha] Willa – A salvação da floresta

Redação

Lá estava aquele som novamente. O som que fazia o coração de Willa ir morrendo aos poucos. Suas amigas estavam sendo arrancadas de sua existência pouco a pouco e Willa, uma garota frágil de treze anos não tinha forças para parar o que estava acontecendo. Willa é uma Faeran, uma das últimas fadas das montanhas, e ela já não sabe mais o que fazer para impedir a destruição de tudo o que ama. Os homens madeireiros tem serras, machados, facas, um monte de engenhocas de metal, e ela não tem nem mais um clã a quem recorrer. Aos poucos as árvores onde ela descansava e observava a vida passar diante dos seus olhos estão tombando, e Willa está impotente diante de tamanha destruição. 

Willa já teve muito medo de todos os humanos, a quem ela chamava de povo do dia, e já roubou muito deles para poder se alimentar. Mas então ela conheceu uma família que lhe mostrou que nem todos os humanos são ruins, inclusive ela foi adotada por eles e os considera sua família. Mas apesar de ter essa profunda conexão com eles, a floresta e tudo o que habita nela ainda fala mais alto em seu coração, por isso ela não pode deixar de ouvir os gemidos de dor da floresta sendo abatida. E não são somente as árvores que os madeireiros estão destruindo, mas tudo o que habita nela. E Willa não pode impedir seus avanços, mas faz o pouco que pode. E por isso que ela acaba se colocando em perigo, mas consegue salvar um filhote de urso.

E ao salvá-lo Willa acaba encontrando uma parte da floresta que nunca viu, uma parte que parecia não estar ali antes, já que Willa viveu toda sua vida naquela floresta e conhece tudo ali como a palma da sua mão. Uma parte mais sombria, com plantas que ela não conhece e animais assustadores e perigosos. E Willa acredita que ali pode estar a resposta para sua aflição. O que aconteceria se aqueles homens tivessem que enfrentar algo que esteja a altura de suas armas? Mas e se as criaturas acabassem fora de controle e em vez de ajudar promovessem danos maiores ainda? E quando a destruição chega a porta de sua nova casa ,Willa precisa pensar muito bem na escolha que tem pela frente e nas consequências do que vai escolher.

Quando eu conheci Willa, a garota da floresta no ano passado, eu me encantei por tudo no livro. Desde a edição de encher os olhos, os personagens cativantes, o cenário incrível, e uma história tocante. Foi uma delicia ne aventurar junto com a protagonista e desvendar os segredos da natureza que está ao nosso redor e pouco paramos para admirar. E terminei o livro em lágrimas de tão linda e emocionante que foi a história. E assim que terminei descobri que existia um segundo livro, que se a pessoa não quiser, não é necessário ler porque o primeiro tem um final fechadinho, mas que eu claro já fiquei ansiosa esperando a Faro publicar.

E já fiquei encantada pela edição. O primeiro livro esta linfo, mas o segundo é um primor. O primeiro é em tons de verde e o segundo em tons laranja, que não poderia ter ficado mais significativo por tudo o que acontece na história. A floresta está sendo devastada, sem a proteção das árvores os rios vão secando, a cadeia alimentícia dos animais é quebrada e eles começam a morrer de fome e/ou começam a atacar os humanos. Fora todo um montante de habitantes que a gente nem se liga que existe em uma floresta. É de doer o coração ler as cenas onde a destruição vai avançando e a gente se sente como Willa, impotente diante daquilo tudo. E infelizmente essa é uma realidade que não existe só na ficção. 

Willa é a garota não-humana mais humana que conheço. Ela é de uma sensibilidade, de um amor, de uma proteção, que a gente quer abraçar e nunca mais largar. E não estou falando apenas da relação dela com a floresta, mas com sua família adotiva também. Ela tem um respeito pelo pai que não existe mais hoje em dia. E até mesmo as pessoas que estão destruindo a floresta que ela tanto ama, Willa não sabe não ajudar. E sabendo disso tudo, conhecendo ela tão bem, é claro que fica ainda mais dolorido sua decisão, porque é evidente para quem acompanhou as duas histórias o que ela faria no final, mas ainda assim é algo que não queremos e fiquei com o coração apertado e me debulhei em lágrimas assim que terminei o livro.

Eu tenho que tirar meu chapéu para o autor que trouxe um assunto tão relevante em forma de aventura e magia. E ele soube nos transportar para dentro da história e viver aquilo tudo. E não somente as cenas mais difíceis, mas cada corrida de Willa pela floresta, cada canto novo que ela descobre, é tudo descrito tão bem que a gente visualiza como se estivesse lá com ela. E nesse segundo livro ainda temos um bônus, Adelaide, uma personagem tão encantadora quanto Willa, mas não vou falar dela para não soltar spoilers sobre sua identidade. Mas enfim, não vou me alongar muito mais nessa resenha, só deixo aqui a minha indicação de uma leitura encantadora, tocante e até mesmo necessária que vai encantar a todas as idades.

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