[Resenha] Tash e Tolstói

Redação

Eu não conhecia este livro até abrir o pacote da Seguinte com ele. Amei as cores da capa, apesar de imediato não ter gostado muito da arte. E então fui ler a sinopse, para saber do que ele se trata e quando li a frase ela se interessa romanticamente por garotos, mas não sente atração sexual por eles eu fique louca. Tem uns anos que eu comecei a me interessar por assuntos relacionamentos a sexualidade, identidade de gênero e tudo mais e li alguns livros do assunto, mas no geral eu gosto de acompanhar alguns canais mesmo. E até então eu nunca tinha visto um livro com uma protagonista assexual e obviamente esse livro furou a minha fila de leitura.

Mas não se engane, Tash e Tolstói não aborda somente a sexualidade de sua protagonista. Apesar de isso ser um fator importante na obra não é o mais importante. A autora deu muito mais valor as questões familiares e amizades de Tash e isso que deixou a obra tão legal. Ela é uma adolescente que sonha em ser diretora de cinema e com seus dezessete anos filma com sua melhor amiga, Jack, uma websérie para Youtube chamada Familias Infelizes

baseada na obra Anna Karenina de Tolstói. O canal não é muito visitado, mas da noite para o dia da um boom de views e eles ficam famosinhos e são indicados pare um prêmio super importante com vários outras webséries e youtubers. É tão bem moderninho, da forma como nós vemos hoje em dia nas redes sociais com esses youtubers e outros tipos de canais que ficam famosos na plataforma.

Mas por trás de tudo isso tem sua família, que são de imigrantes e sentem saudade de casa. Sua irmã que está prestes a ir para a faculdade em outro estado e acaba se afastando da família nas ultimas semanas que ela ainda tem em casa. Seus amigos que não entendem muito bem a sexualidade de Tash, mas que querem apoia-la de qualquer maneira. Entre outras e outras questões que vão aparecendo.

Eu amei Tash, sério. Ela tem sonhos que está disposta a ir para qualquer lugar alcançar, mesmo que isso custe seu próprio futuro. O único problema é que aos poucos ela foi se perdendo de si mesma por causa da “fama” repentina do canal, mas chega um ponto em que ela percebe que mesmo que seja seu sonho nem tudo deve ser sacrificado em nome dele. Chega o momento em que ela sabe escolher o que é importante no presente e não no futuro, porque sim tem diferenças e nem sempre devemos pensar somente no dia de amanhã.

Eu sofri um pouco com ela quando suas questões sobre assexualidade surgiam, mesmo que eu não me identifique com nenhuma delas. Mas era o medo dela de contar para as pessoas sobre isso, o medo de ser mal compreendida e no que diz respeito aos garotos o que eles pensariam dela, como seriam seus relacionamentos. O livro não tem um romance, como a sinopse pode sugerir. O tal garoto youtuber é alguém que mora longe e ela tem uma certa paixão pela ilusão de que criou dele, mesmo que a amizade seja bonitinha inicialmente. Mas como a coisa vai caminhando para que eles se conheçam em algum momento ela se vê pensando mais e mais sobre sua sexualidade até o momento em que tem que sair do armário, como ela chama, para o menino. É uma cena que me deixou bastante apreensiva mas Tash teve a melhor atitude possível diante da situação e depois disso ela só melhorou mais e mais (mesmo parecendo que não tinha o que melhorar).

Então, tipo, você não deve ter medo de mudanças, porque elas nos lembram de que estamos vivos e de que algo está acontecendo conosco.

Este é, com certeza, um dos melhores yound adult que já tive a chance de ler. Ele trás todas as questões importantes da idade, além das citadas acima, também fala sobre faculdade, emprego, sonhos e coisas que realmente importam na nossa vida. É uma leitura divertida, pois acompanhamos um pouco do processo de gravação da série de Tash, e também emocionante na dose certa.

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