[Resenha] O Fantasma da Ópera: Edição comentada

Redação

Com o passar dos anos eu fui explorando cada vez mais a literatura e por isso fui conhecendo outros autores, mas também aprofundando em outros gêneros literários e entre eles está a literatura clássica que foi me conquistando livro após livro. Entre os grandes clássicos da literatura mundial, principalmente a francesa está “O fantasma da ópera” de Gaston Louis Alfred Leroux, livro esse publicado originalmente em 1909. 

Ambientada na Paris do século XIX, mais especificamente na Ópera de Paris, edifício luxuoso construído entre 1857 e 1874, sobre um lençol de água subterrâneo. Os antigos diretores da Ópera de Paris estão aposentando e outros novos diretores assumem o empreendimento, mas essa mudança não passa despercebida, pois há festa e alegria no local. Contudo, nem tudo são flores e alegria, pois os novos diretores descobrem que a ópera não é um local apenas de inúmeras apresentações, pois o edifício serve de morada para um inquilino no mínimo estranho: o Fantasma da Ópera.

O Fantasma da Ópera conta com três personagens principais: o próprio fantasma, que no livro é chamado de Erik – no musical e nas versões cinematográficas ele não tem nome -; o Visconde de Chagny (Raoul) e Christine Daaé, em um triângulo amoroso muito bem construído. A princípio, Christine acredita que Erik é o Anjo da Música enviado por seu pai para cuidar dela e lhe ensinar a cantar. Esse “anjo” é rigoroso e não quer que ninguém se aproxime de sua pupila, mas um amor do passado, Raoul, aparece e o fantasma fica cada vez mais ciumento e perigoso. Decidido em ter Christine só para si, O Fantasma da Ópera não poupa ninguém que entre em seu caminho.

Você sabia que O Fantasma da Ópera é o espetáculo com maior tempo em cartaz da história da Broadway? São mais de 30 anos sem pausas nas apresentações! Inclusive, Norm Lewis foi o primeiro ator negro a assumir o papel do Fantasma na Broadway, entre os anos de 2014 e 2015.

Você sabia também que o musical ganhou uma sequência chamada “Love Never Dies”, criado também por Andrew Lloyd Webber? A história se passa em Nova York, no ano de 1907. Após os acontecimentos em Paris, o Fantasma se esconde com Madame Giry e sua filha, Meg. Tudo está indo bem para os três, até que Christine, contratada por um misterioso empresário, aparece na cidade com Raoul e seu filho, Gustav. Contudo, o espetáculo não fez tanto sucesso como o primeiro.

No Brasil, a peça estreou em 2005, no então Teatro Abril, na capital de São Paulo. Em 2018, o espetáculo retornou aos palcos brasileiros no mesmo teatro, agora com o novo nome: Teatro Renault. Thiago Arancam e Leonardo Neiva alternaram o papel do Fantasma, enquanto Lina Mendes e Giulia Nadruz alternaram o papel de Christine.

O Fantasma da Ópera é um grande clássico da literatura e foi adaptado diversas vezes, seja para o cinema ou teatro. Esse é um livro que mescla terror com romance, isso é algo pouco usual, ao menos em minha parca experiência como leitor não me recordo de outro livro que tenha esses gêneros literários. Outro detalhe interessa é o toma de sarcasmo adotado pelo autor na trama, fica claro que ele satiriza os romances de clichê. Aliás, há romance no livro, mas esse não é o fator principal que me prendeu e envolveu na leitura, eu fiquei vidrado foi no mistério que envolve Erick (o fantasma) e ficamos sabendo o motivo pelo qual ele se esconde, mas também porque ele foi rejeitado pela sociedade. O Fantasma é personagem profundo e peculiar, ele é controlador, manipulador, agressivo, violento e tóxico, mas esse aspecto comportamental é compreensível tendo em vista por tudo que ele passou. A verdade é que Erik tem uma triste história de vida.

Em suma, esse é um livro que entretém, leva o leitor a refletir sobre o modo de agir e viver em sociedade, mas também sobre os padrões de beleza que é imposto pela sociedade como aceitável. O Fantasma da Ópera é um clássico que fala sobre exclusão, solidão, abandono e marginalização. Esse é um romance trágico, violento e repleto de mistérios. Esse livro é maravilhoso!!

Quero parabenizar a Editora Pandorga por essa belíssima edição de luxo, tendo em vista que é uma edição em capa dura e veio em um belo box. As fontes estão confortáveis, as folhas são amareladas e contam com ilustrações. Nesse box há marcador e um livreto com informações sobre “O Fantasma da Ópera”. Tudo isso enriquece a experiência do leitor.

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