[Resenha] No limite da loucura

Redação

Já desenvolvi uma teoria em resenhas anteriores de que em trilogias o segundo livro tende a ser, em geral, aquela sequência de fatos que nada acrescentam a história. Infelizmente, No Limite da Loucura veio reforçar essa tese. Antes de mais nada, recomendo a leitura de minha resenha de O Nome da Estrela, livro um da trilogia Sombras de Londres.

Depois de se envolver no misterioso caso do assassino em série que se fazia passar pelo lendário Jack, o Estripador, espalhando o medo pela capital britânica, Rory é enviada para a casa dos pais em Bristol. Mas ela não pensa duas vezes quando tem uma chance de retornar a Wexford e reencontrar os amigos.

Sua volta a Londres, no entanto, revela mais sobre seus próprios poderes do que ela poderia supor e a põe no centro de uma nova – e sinistra – onda de crimes que vêm desafiando até mesmo a polícia secreta que combate os fantasmas na cidade. No segundo livro da trilogia Sombras de Londres, Rory Devereaux precisa enfrentar seus próprios medos e agir antes que seja tarde. (Resenha: No Limite da Loucura – Maureen Johnson)

Pronto! Agora vamos lá… No Limite da Loucura começa exatamente no ponto em que O Nome da Estrela terminou. Seguimos Rory em sua recuperação dos traumas do enfrentamento com o espírito que fingia ser Jack, O Estripador, e seu retorno a Wexford para retomar os estudos e se envolver em mais uma investigação.

A qualidade de linguagem, a fluidez da história, os personagens envolventes, tudo permanece sem alterações. Maureen Johnson não perdeu o ritmo que me cativou no volume um, e mostrou bastante segurança ao ampliar esse universo das Sombras de Londres trazendo novos personagens e situações sem deixar fios soltos ou atrapalhar pontos já cristalizados na história anterior.

Porém, a história só acontece pra valer nas cinquenta páginas finais. A primeira parte é extremamente lenta e em muitos trechos chegamos a perder um pouco o interesse em acompanhar a narrativa. Na segunda parte, há um tímido começo de ritmo, mas só nas sequências finais é que somos envolvidos de verdade e começamos a devorar as páginas. Acredito que muitas passagens eram totalmente desnecessárias, pois nada acrescentaram que mudasse os rumos ou provocasse algo de surpreendente.

O amadurecimento da protagonista Rory, principalmente se levarmos em conta os acontecimentos do livro um, foi um dos pontos altos, deixando claro a preocupação da autora na construção o mais verossímil possível de seus personagens. A propósito, esta é uma das grandes qualidades que a trilogia mostrou até agora. Todos os personagens foram extremamente bem cuidados em sua criação, com dramas, problemas, manias, traumas, tudo bem colocado, explicado e desenvolvido ao longo das tramas.

No Limite da Loucura se mostrou claramente um livro-meio. Sua função é unicamente fazer a ponte entre o começo e o fim da história. Se racionalizarmos dessa forma, a obra cumpre totalmente o seu papel. Mas para quem curte um bom suspense, e esperava algo mais após a sequência inicial, essa é uma obra que deixa a desejar, até mesmo pela ausência de muita ação. Resta-nos aguardar a chegada do último livro e esperar que Maureen Johnson nos presenteie com uma conclusão de tirar o fôlego.

Compartilhe Este Post
Follow:
Goutyne, curiosidade e conhecimento! explore o mundo sem sair do sofá. Vamos explorar!