[Resenha] Mortos não contam segredos

Redação

Recorte da capa do livro. Duas fotos do tipo polaroid, uma sobre a outra, de mulheres em cada uma, sem mostrar o rosto, com fitas adesivas coladas. Em primeiro plano, o título em vermelho: “Mortos não contam segredos”.

Mortos Não Contam Segredos conta a história de Ellery e seu irmão gêmeo Ezra, que se mudam para a casa da avó para estudar o último ano do ensino médio após a mãe ter sido internada em uma clínica de reabilitação. Os irmãos conhecem pouca coisa sobre a nova cidade, a não ser que ela tem sido um lugar ruim para garotas populares – as rainhas dos bailes de formatura.

Há 20 anos, a própria tia deles, desapareceu na noite do baile e nunca se soube o que aconteceu com ela; há 5 anos, outra garota foi encontrada morta em um parque de diversões e nenhum suspeito foi sequer preso, agora, é a própria Ellery junto com as outras garotas que concorrem ao título de Rainha do Baile que está sofrendo ameaças. Então, ela decide tentar descobrir por si mesma o que vem acontecendo com as garotas desta cidade.

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Mortos Não Contam Segredos não foge do que sua premissa propõe: é um livro voltado para o público mais jovem com uma trama que visa os clichês adolescentes e insere o gênero de investigação. A partir daí, porém, assim como o primeiro livro de Karen M. McManus (Um de Nós Está Mentindo), isso é feito de forma inteligente, com personagens tomando decisões conscientes e pasmem: procurando ajuda da polícia! É tanta trama adolescente com os personagens agindo de forma inverosímel apenas para fazer a história andar que fico extremamente feliz ao ler um livro em que as pessoas agem como fariam na vida real, atrelado a uma escrita ágil e que nos prende.

Mas nem tudo foi perfeição nesse livro. O desenvolvimento dos personagens ficou um pouco raso. Embora a trama caminhe bem, não me apeguei aos dois protagonistas que dividem os pontos de vista. Ellery, que já foi mencionada acima, é a mais interessante e talvez se o livro se focasse apenas nela, poderia ter corrido melhor. O outro protagonista Malcon, irmão do namorado da garota encontrada morta no parque de diversões, é um personagem morno, cuja narrativa não atraiu meu interesse e que achei bem dispensável.

Os coadjuvantes também não vão além do papel que devem representar dentro desse mundo de clichê adolescente americano. Fica difícil não comparar ao outro livro da autora que possui quatro protagonistas com pontos de vista e que não apenas quebram esse clichê como nos fazem criar empatia e nos importamos.

Mas enquanto os personagens são o ponto fraco, acompanhar os mistérios e a investigação é bem divertido. Criei várias teorias e embora algumas coisas tenham sido bem fáceis de deduzir, não adivinhei o principal culpado e e mesmo o desfecho não sendo inimaginável, me surpreendeu.

Mas é bom?

Se você deseja uma investigação criminal complexa e cheia de reviravoltas, pode passar longe de Mortos Não Contam Segredos. Essa é uma leitura despretensiosa e divertida, para os que desejam um passatempo que prenda e um pouco de novidade nas tramas adolescentes. Para quem deseja esse tipo de história, esse é sim um bom livro que nos faz querer conhecer mais da obra de Karen M. McManus.

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