[Resenha] Morte na Praia – Agatha Christie

Redação

Demorou mais chegou: mais uma resenha de um livro da rainha do crime! Caso você não esteja por dentro, eu li todos os livros da Agatha Christie há uns sete/oito anos atrás e no momento estou em um projeto de releitura para fazer a resenha de todos aqui no blog! Morte na Praia foi um que eu lembrava que havia gostado, sabia mais ou menos sobre o que se tratava, mas não lembrava nada sobre o que acontecia e, muito menos, quem era o/a assassino/a. Será que eu gostei nessa releitura? Será que eu descobri quem era o culpado? Vamos falar sobre isso hoje!

Esse é um livro bom pra se ler em época de férias, pois a história se passa em um hotel isolado em uma ilha com praias privadas. Neste livro, até mesmo Hercule Poirot está de férias! Tudo o que ele queria era um pouco de relaxamento e descanso. Porém, parece que a morte o persegue. Só de observar os outros turistas que estão hospedados com ele nessa temporada, ele tem um mau pressentimento. Que se concretiza.

Uma das personagens é atriz Arlena Marshall, uma mulher belíssima que atraí a atenção dos homens e a inveja das mulheres. Kenneth Marshall, seu marido, parece não perceber ou, pelo menos, não se importar com o comportamento dos outros homens sobre Arlena e vice-versa, é um homem extremamente fechado sobre suas emoções. Porém, para os futriqueiros de plantão, não passa despercebido a relação suspeita que Arlena está tendo com Patrick Redfern, um homem casado que está passando as férias neste lugar também. E, diferente de Kenneth, a esposa de Patrick, Christine, deixa claro seu rancor sobre essa situação. E por ser uma moça simpática e frágil, acaba recebendo apenas a piedade das pessoas.

Mas Christine não é a única com algum rancor contra Arlena. Rosamund, uma bem sucedida empresária do ramo da moda, amiga de infância de Kenneth também nunca apoiou o casamento do amigo com Arlena. A própria filha de Kenneth, Linda, fruto do casamento anterior, tem sérios problemas com a madrasta. Isso sem contar vários outros personagens que estão na ilha por motivos suspeitos. E é nesse clima de tensão que um assassinato acontece e cabe a Poirot ajudar a policia local a resolver. E menção honrosa ao Inspetor Colgate, melhor nome hahah

Minhas Considerações

Apesar de Agatha seguir um certo padrão em diversos dos seus livros, ela sempre inovava em algum elemento para dar um diferencial para o livro e não ser tão previsível adivinhar o culpado. E nesta história tem um desses elementos que eu jamais esperava que fosse acontecer na primeira vez que li. Fui totalmente surpreendido e por isso gostei tanto na época. Eu gostei dessa releitura, achei que é um livro bom sim e que vale a pena, mas apesar de eu não lembrar propriamente o que acontecia na história, eu me lembrei desse elemento diferencial durante a leitura, então já sabia quem era o(a) assassino(a) desde o começo! Eu não vou dizer que tinha certeza, pois eu poderia estar confundindo com outro livro, mas eu sentia que a solução seria aquela mesmo. Eu só não me lembrava da motivação, então de certa forma ela foi uma surpresa pra mim de novo.

Uma coisa referente a Agatha que eu percebi lendo esse livro e comparando com diversos outros thrillers mais contemporâneos foi que hoje em dia se tem uma trabalho melhor em relação aos elementos que servem de solução para a investigação, enquanto a Agatha ela soltava pistas o tempo todo, mas nunca dava muito foco. Aí ficava aquela sensação de “se ela mencionou isso é porque vai ser importante” junto com “não tem como tudo o que ela mencionar foi importante porque só vai ter uma solução para o crime”. Isso torna os livros dela mais fáceis de se criar teorias, mas mais difíceis de escolher a mais provável. O que é bem diferente dos formatos mais atuais em que vamos sendo levados a acreditar que o culpado é a pessoa X, mas de repente, PLOT TWIST, ela é inocentada e a suspeita pula pra outro pessoa, depois para outra e por aí vai. Na grande maioria dos livros da Agatha não é assim, todos são suspeitos até a revelação do culpado no final. E tem gente que simplesmente não gosta desse formato e não gosta de ler livros da autora (o que me deixa indignado hahah).

Inclusive, nesse livro o crime parece impossível de ter sido executado porque as pessoas mais suspeitas tinham álibis perfeitos e quem não tinha um álibi tão bom, não tinha motivos para matar. Isso faz com que a cena do momento do crime tenha sido super elaborada e complexa. E nossa, tem bastante gente que não gosta disso! Acha surreal, impraticável. De certa forma essa afirmação é verdade, não é tão fácil de executar um plano daqueles, mas eu não me incomodo. Há assassinos que optam por matar de formas mais práticas, porém mais fáceis de serem descobertos e outros de formas mais elaboradas, porém mais difíceis de se resolver. Morte no Nilo é outro livro dela que recebe essa mesma crítica.

Vale uma observação aqui também que nesse (e em diversos outros livros da Agatha) tem passagens, comentários e opiniões com as quais eu não concordo. Um exemplo disso está na última página desse livro (quando você ler vai entender). A maior parte são coisas ligadas a cultura da época na Inglaterra, então eu relevo, não deixo com que esses detalhes atrapalhem a experiência de leitura. Mas sei que muita gente também crítica a autora sobre essas coisas e, por isso, não gosta de ler nada dela.

Mas enfim, se você não é uma dessas pessoas que não gostam dessas características, recomendo bastante esse livro para você! Ele é curtinho, fácil de ler, e vai ter uma solução bem inesperada!

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