[Resenha] Inverso: Diálogos Indígenas no Alto Rio Negro

Redação

Tem mais resenha de Karen Alvares aqui e se reclamar eu vou fazer mais. Haha! Desta vez trago a resenha do incrível Inverso. Um livro que, num primeiro momento, pode enganar os leitores mais desavisados e que não conhece o estilo da autora. Eu mesma, mesmo tendo lido apenas seus contos, acabei me deixando levar por essa capa e iniciei a leitura acreditando se tratar apenas de um jovem-adulto como outro qualquer. Bom… Eu não poderia estar mais enganada em relação a isso. Inverso é uma obra com a característica Karen Alvares, porém desta vez completa (e eu fico feliz com isso, pois como disse tinha lido apenas seus contos e estava muito curiosa para saber como seria ler um romance). 

Primeiro que espelhos são objetos realmente tensos. Quem vê filmes de terror e/ou suspense provavelmente já viu algum que tratava do assunto e pode entender o que eu quero dizer. Com Inverso não foi diferente, mesmo que não houvesse um monstro a ser visto ali (bom, quanto a isso tudo depende do seu ponto de vista em relação a obra). Imagina você se olhar no espelho e ver uma versão completamente diferente de você mesma e não apenas isso, mas uma que parece melhor. Que a vida, provavelmente, seja mais feliz e completa. Não vamos mentir e dizer que nunca desejamos algo do tipo, certo? Mas bom, será que a grama do seu reflexo é mais verde do que a sua? Mesmo sem querer Megan acabou indo testar essa teoria e o resultado não poderia ser pior. Aprisionada em uma versão diferente de si mesma Megan passa ao leitor todas as sensações de impotência em relação ao seu livro-arbítrio. Todas as vezes que sua outra versão não vou citar nomes

 mostrava seu poder em cima da menina eu sentia uma aflição enorme, como se fosse eu mesma naquela situação horrível. A forma como Karen exemplificou ao leitor essa situação não poderia ser pior: Algo como estar se afogando. Enquanto você nada para a superfície afim de tomar o controle a outra a empurra mais e mais e é como se então você perde suas forças e vai afundando. Eu não faço o tipo que tem medo de água, de se afogar e etc mas já tive minhas experiencias ruins com água em piscinas e só de lembrar a sensação de se afogar da uma baita de uma angustia. Sério, ao mesmo tempo que é ruim é muito bom ler um livro que te trás sensações (e são poucos livros que conseguem isso comigo). 

Como lutar contra alguém que não se pode tocar? 

Um ponto especifico me incomodou no livro e geralmente é o que me incomoda na maioria dos livros que leio: a idade da personagem. Não acho um incomodo que ela seja uma adolescente e tenha esse tipo de experiencia mas ela tem apenas 14 anos e parece ser jovem demais

 ainda mais quando somos inseridos no inverso, onde a outra versão tem algumas atitudes de uma garota de 16 ou 17 anos (assim como suas amigas). Mas durante a leitura isso acaba ficando em segundo plano. 

Os personagens secundários são abordados de uma forma simples e rápida, mas mesmo assim é muito fácil se apegar e eles. Daniel (o melhor amigo de Megan) é o que mais ganha destaque com seu jeito nerd e diferentão, que acaba sendo motivo de piada para seus colegas de escola; E é justamente por isso que é fácil gostar dele. Karen adora usar referencias de cultura pop na obra, deixando ela com esse tom mais atual e próximo de nós. A leitura do livro é bem rápida, não apenas por ter poucas páginas mas porque a cada capitulo a curiosidade aumenta mais com o que irá acontecer e infelizmente quando dei por mim a história já tinha chego ao seu fim e eu tipo “nãaaao! quero mais”

Indico muito Inverso para quem gosta de um bom suspense (mas nada muito pesado). É um livro recomendado até para os mais medrosos. Sim, pode ler sem medo; Só basta se preparar para algumas sensações de impotência (mas isso é normal para nós leitores).

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