[Resenha] Dezesseis – A Estrada da Morte

Redação

Imagine ouvir uma música e então escrever um livro baseando-se na letra? Pois foi isso que a autora Simone Pesci fez com a música Dezesseis de uma das bandas mais queridas do Brasil: Legião Urbana. Mas não se engane, pois o livro não se trata apenas de um jovem que participa de rachas e sim de um jovem que está destruindo a sua vida aos poucos e então encontra seu anjo. Dezesseis é um livro YA nacional para, além de fãs desse gênero literário, fãs de um bom rock.

Confesso que toda essa mistura me deixou totalmente interessada neste livro. Tinha visto algumas campanhas sobre ele no ano passado e quando vi que a autora abriu a seleção de parceiros fiquei super empolgada e me inscrevi; Quando passei e recebi o arquivo já fui logo iniciando a leitura. Sim, de fato o livro muito me agradou. Para ser honesta acho que o que o livro trás ao leitor é muito mais do que ele promete, pois muitas pessoas podem acabar esperando algo diferente do que o livro irá oferecer (e isso pode ser positivo ou negativo). Graças a Simone eu pude sentir aquela raiva de adolescentes e sua paixão tão ardente. Você sabe quando lemos um YA e reclamamos que o casal se apaixonou instantaneamente? Bom, não é nada perto dos sentimentos de João Roberto.

Neste livre todos os sentimentos do personagem estão a flor da pele e ao invés de ser tão incomodo acabou fazendo sentido, pois muitas vezes com esta idade o sentimento acaba influenciando muito mais do que a própria razão e acredito que por se tratar de um menino a coisa fica bem diferente do que se fosse uma menina, pois sabemos que cada sexo tem sua forma de expressar e contar ao leitor (além de viver, falando sobre a vida real) seus sentimentos. Mas o que também é um aspecto legal na obra acaba frustrando com o tempo, visando que o personagem acaba não amadurecendo durante a narrativa. Acho que até entendo o porque da autora não fazer isso, sendo uma obra baseada numa música e que alguns aspectos precisam seguir o que a letra propôs, mas como eu sou uma leitura iludida acabei esperando algumas coisas diferentes.

(…) eu não quero uma história de amor, e sim um amor que faça história. 

Ana Claudia é uma personagem que não me despertou empatia. Não sei dizer exatamente o porque, mas eu acho que no fundo não vi nela tudo isso que Johnny viu. No inicio eu gostei mais, talvez pelas atitudes que ela teve mas conforme conhecíamos mais dela acabei achando-a um pouco mais do mesmo. Não quero dizer que a menina seja uma péssima personagem, mas só que eu curti mais do que ela mostrou no começo (e que na verdade era mais uma “máscara”).

Dona Lourdes, mãe de Johnny, também não me agradou mas porque a achei muito boazinha. A forma como ela criou o menino permitiu que ele se tornasse esse adolescente e agora é muito tarde para ela tentar corrigir esses erros, mesmo que eu ache que ela nem quer de verdade. Parece que ela não se importa tanto, mesmo que demonstre diferente. Não senti ela uma mãe pulso firme e quando ela tentou mostrar ser assim só me fez ficar com raiva pelas suas atitudes.

O livro é narrado por Johnny, mas alguns capítulos a autora introduziu outros personagens. Para ser sincera eu achei esse aspecto desnecessário, principalmente quando chega mais próximo ao final do livro quando algo grande irá acontecer e perdemos a surpresa de acompanhar com Johnny, já que outro personagem contou o que pretendia fazer e etc; Mas acredito que isso seja pessoal de leitor para leitor e pode agradar alguns. A obra também tem alguns detalhes fantasiosos criados por Simone (no inicio achei totalmente estranho não ter uma justifica para um garoto de dezesseis anos dirigir um carro livremente por ai)

 mas nada que prejudique a leitura, principalmente depois que tudo acaba sendo explicado. Dezesseis é uma boa leitura e indicada para quem gosta de YA com uma boa dose de drama. Apesar de o livro vender um Johnny rebelde sem causa e rachas a obra é um romance que pode emocionar as leitoras mais sensíveis.

Compartilhe Este Post
Follow:
Goutyne, curiosidade e conhecimento! explore o mundo sem sair do sofá. Vamos explorar!