[Resenha] De sangue e ossos (Crônicas da Escolhida – Livro 2)

Redação

Fallon Swift cresceu em uma fazenda com sua mãe, Lana, seu pai adotivo, Simon, e seus três irmãos, Colin, Travis e Ethan. Se o mundo ainda fosse um lugar normal, os Swift seriam uma família como outra qualquer. Mas o mundo não é mais o mesmo. Um vírus dizimou grande parte da população mundial. Aqueles que não morreram, ou desenvolveram superpoderes que usam para o bem ou para o mal, ou continuaram humanos e agora lutam para não serem capturados e estudados como cobaias.

Fallon sabe qual é o seu destino. Desde antes de nascer, é dela a tarefa de salvar o mundo da escuridão. Ser a Escolhida é, ao mesmo tempo, uma dádiva e uma maldição, e ela sabe que precisa cumprir com seu propósito por mais que não o compreenda completamente. Fallon sempre soube que teria que partir no seu aniversário de treze anos. Quando o fatídico dia chega, Mallick, o mensageiro que surgiu para Lana no dia em que ela deu à luz Fallon, volta para buscar a menina.

Os dois se instalam no meio de uma floresta isolada, habitada por elfos, fadas, bruxas e diversas outras criaturas, e é lá que Mallick começa a treinar Fallon. Há poções a serem preparadas, tarefas a serem cumpridas, lutas a serem vencidas. São anos de um treinamento árduo e diário que Fallon completa com muito empenho, dedicação… e dúvidas.

Mallick diz que ela está pronta, mas ela não se sente pronta. Apesar de estar confusa, Fallon sente que saberá a hora de partir novamente. Desta vez o destino será Nova Esperança, comunidade de humanos e incomuns de onde sua mãe fugiu há muitos anos. Mas antes de chegar ao seu destino, Fallon precisará reunir forças, angariar combatentes e conquistar a confiança dos mesmos.

Fallon sabe que o mal se aproxima. Ela é a Escolhida, mas sua luz será suficiente para combater a escuridão? Lembram quando eu resenhei Ano Um e falei que o livro era uma farofa? Pois bem, De Sangue e Ossos continua no mesmo caminho. E assim como eu disse na resenha do primeiro volume das Crônicas da Escolhida, consegui curtir a história porque eu simplesmente parei de tentar compreendê-la. Em meados do primeiro livro, decidi que ia entrar na onda de Nora Roberts e resolvi me divertir com toda a bagunça que a autora criou.

Admito que a trama não faz nenhum sentido, que os personagens ou são estranhos ou super forçados ou os dois juntos, mas o que eu posso fazer se eu acho tudo tão ruim que chega a ser bom? Não posso dar uma nota maior do que duas estrelas, pois De Sangue e Ossos tem muitos defeitos; mas isso não anula o fato de eu curtir a bizarra experiência que é ler os livros dessa trilogia.

De Sangue e Ossos começa treze anos após os eventos do primeiro volume e já de cara nos deparamos com os desdobramentos do destino de Fallon. A jovem começa seu treinamento com Mallick e precisa amadurecer muito rápido, pois o futuro da humanidade está em suas mãos. Fallon reluta um pouco a aceitar o fato de que é dela a responsabilidade de salvar o mundo e eu não a julgo. Ela é muito jovem e em alguns momentos age como aquilo que é: uma adolescente; porém, mesmo sem entender muito bem seu propósito, ela decide que vai honrá-lo.

O pior dos problemas de De Sangue e Ossos, para mim, foi exatamente a dinâmica do treinamento de Fallon. São diálogos e mais diálogos entre Mallick e ela que não fazem absolutamente nenhum sentido. Confesso que não entendi bem quem ou o que é Mallick, sei apenas que ele está envolvido com os Tuatha de Danann, que por sua vez têm a ver com a missão de Fallon. Tudo é explicado muito superficialmente e o ritmo moroso de mais da metade da história torna os defeitos da mesma ainda mais perceptíveis. 

Quando Fallon finalmente completa o treinamento e começa a agir, o ritmo de De Sangue e Ossos melhora e as coisas vão ficando mais interessantes. Fallon se reúne com os humanos e os incomuns de Nova Esperança, dando início àquilo que deve ser o ápice da trilogia e que deve acontecer – oremos – no próximo volume. E, pasmem, eu estou animada para fazer a leitura de A Ascensão da Magia! Acho que a palavra certa nem é animada, e sim curiosa; pois quero saber se Nora Roberts vai conseguir desembaraçar esse nó de marinheiro que ela criou.

Os personagens que conhecemos em Ano Um voltam neste segundo volume, mas o foco é mesmo em Fallon e sua jornada. Nova Esperança não é tão explorada, mas há alguns vislumbres de como os habitantes estão lidando com a escassez de recursos, o que é bacana. Muitos personagens do primeiro livro tiveram filhos que já são adolescentes neste volume. Duncan é filho de Katie, que por sua vez é filha do paciente zero da catástrofe. O rapaz tem grande destaque e possui uma ligação com Fallon que nenhum dos dois compreende. Há um vislumbre de romance entre eles, mas felizmente isso fica totalmente em segundo plano.

De Sangue e Ossos também fica devendo na parte dos embates entre o bem e o mal. Como eu disse acima, o foco é outro, mas a ausência quase que total dos vilões é bastante sentida. Espero que a ação que aqui foi esquecida esteja presente no último e derradeiro volume da trilogia.

A edição da Arqueiro está linda, acho a capa maravilhosa! A revisão está muito boa e o trabalho de tradução de Simone Reisner está ótimo, imagino que traduzir esta trilogia não deve ser uma tarefa nada fácil. São muitos nomes complicados, lendas super antigas e muita, muita invenção. A história é narrada em terceira pessoa e é dividida em cinco partes: A Escolha, Transformação, Visões, A Espada e O Escudo e Jornadas.

No mais, De Sangue e Ossos, assim como Ano Um, me manteve entretida e pra mim isso é um ponto bem positivo. O livro tem graves falhas e não posso fingir que não as vi, mas o fato delas existirem não anula a bizarrice da história… e é essa bizarrice que me mantém cativa. Que venha o próximo!

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