[Resenha] Anne de Avonlea

Redação

Em Anne de Avonlea, a doce Anne Shirley está de volta, dessa vez em um período dos seus 16 aos 18 anos. Muita coisa mudou, Anne amadureceu, novos personagens chegaram ao povoado de Avonlea, novas “almas irmãs”, além da presença dos vários outros que já conhecemos. No entanto, a grande surpresa é perceber que nenhuma mudança foi suficiente para apagar a essência da garota.

Na obra, acompanhamos a jovem ruiva se preparando para o início das aulas na escola da vila. Ela agora será a professora de sua antiga escola. No final do primeiro livro, vimos que ela conseguiu se formar com louvor na Queens Academy, recebendo capacitação para lecionar. Também ganhou uma bolsa para faculdade, mas por uma questão pessoal (que é spoiler) optou por ficar em Green Gables e adiar esse sonho.

    Então agora enfrenta o desafio de ensinar, tendo em sua classe alguns alunos já conhecidos e outros novos, como o desafiador Anthony Pye e o cativante Paul Irving. Anne deseja alcançar seus alunos através de métodos mais humanos e empáticos, indo contra os habituais castigos físicos da época. Gilbert Blythe e algumas de suas amigas também estão lecionando nos povoados vizinhos.

    E é juntamente com Gilbert e Diana, que não teve autorização dos pais para frequentar a Queens Academy, logo não está lecionando, que irá criar a Sociedade de Melhorias de Avonlea. O intuito é tornar todo o povoado mais bonito para se viver, além de realizar encontros periódicos entre os jovens. Eles vão logo encontrar algumas barreiras para esse grande compromisso a que se propuseram.

    Mas se você acha que a quantidade de novidades já está alta, te digo mais uma que, na minha opinião, causa um impacto enorme na história. Marilla acaba adotando um casal de gêmeos de 6 anos e os leva para Green Gables, onde Anne a ajuda na criação. E essas crianças…

      Bom, Dora e Davy Keith não poderiam ser mais distintos, ainda que gêmeos. Enquanto Dora é comportada e calma, Davy é bem difícil. O garoto é teimoso, bagunceiro e cheio das chantagens emocionais. Sendo muito sincera, esse personagem me incomodou bastante. Primeiro por ser difícil aturar tantos episódios de suas “travessuras” (que algumas são até bem maldosas). E segundo, porque também me incomodou toda atenção de Marilla e Anne voltadas para o garoto, enquanto Dora é deixada de lado por “não precisar de ajuda”. Sei lá, dá uma ideia da menina em segundo plano…

      No entanto, se por um lado Davy é irritante, temos Paul que é um amorzinho. Aliás, Anne está muito bem de “almas irmãs” neste livro. Temos também um lindo estreitamento em sua relação com Gilbert Blythe, o que aumenta bastante a expectativa para o próximo livro. A relação de Anne com Marilla lá também mudou e amadureceu, elas agora tomam decisões juntas, se organizam, são bem parceiras. Foi algo bem bonito de se ver.

        E como eu disse lá no comecinho, Anne está mais velha, menos falante, mas ainda muito sonhadora. Ah, claro. Com a mesma facilidade para se meter nas situações mais absurdas. As trapalhadas da garota me renderam muitas gargalhadas. Só ela mesmo para conseguir vender uma vaca errada ou ficar presa em um telhado…

        Em relação a Avonlea, achei que o livro propiciou uma ideia melhor e mais ampla da região, dos moradores e suas relações. Ao sair do mundinho de Anne do primeiro livro, que ficava praticamente na fazenda de Green Gables dos Cuthbert, temos a oportunidade de olhar em volta para todo o povoado e seus personagens.

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