[Resenha] A pequena livraria dos corações solitários (Vol. 1)

Redação

Olá, pessoal! Hoje vim falar sobre uma leitura que foi uma das maiores surpresas que tive esse ano: A Pequena Livraria dos Corações Solitários, da autora Annie Darling. Para quem não conhece, ele é o primeiro volume da série A Livraria dos Corações Solitários, publicada no Brasil pela Editora Verus.  

Eu confesso que tinha minhas desconfianças em relação a esse livro, devido a alguns comentários que li na época do seu lançamento. Mas é aquela história né? Sempre devemos ler para tirar nossas próprias conclusões. Então, quando surgiu a oportunidade de ler, eu resolvi dar uma chance e ver o que iria encontrar.  Agora, vim contar para vocês o que achei de A Pequena Livraria dos Corações Solitários e se pretendo continuar a série ou não. Então, confiram o que achei. 

Posy Morland literalmente cresceu na charmosa livraria Brookends. Seus pais trabalhavam lá e a família vivia no apartamento acima da livraria. Após a morte deles, Lavínia, a excêntrica dona da livraria permitiu que Posy e seu irmão continuassem vivendo lá e deu um emprego para ela. Assim, a vida de Posy sempre foi cercada pelos livros, especialmente pelos romances apaixonantes que ela tanto gosta de ler.  

Porém, após a morte de Lavínia, Posy não sabe o que será dela e de Sam. O que ela não esperava é que Lavínia fosse deixar a livraria e o apartamento para ela. Mas junto com o testamento havia uma carta explicando que, se a livraria não desse lucro em dois anos, a propriedade passaria para o neto de Lavínia, Sebatian, também conhecido como o homem mais grosseiro de Londres.  

Posy e Sebastian se conhecem desde a infância, mas não poderiam estar mais distantes de serem amigos. Agora que Posy herdou a livraria, Sebastian se sente no direito de interferir na sua vida e nos rumos que ela dará para o negócio. Então, ela precisa parar de sonhar com os romances que lê e encarar a realidade: uma livraria cheia de dívidas, funcionários que dependem dela, a necessidade de garantir o único lar que ela e o irmão conheceram e, em meio a tudo isso, lidar com seus sentimentos conflitantes pelo irritante, mas charmoso, Sebastian.  

A primeira coisa que eu preciso dizer esse livro é o quanto me diverti durante a leitura. Eu sinceramente não estava esperando que o livro fluísse tão bem e eu me sentisse tão leve enquanto lia. A escrita da autora é deliciosa e muito rápida de ler, fazendo com que a gente se sinta dentro de uma comédia romântica e nem sinta o tempo passar.  

Os personagens foram o principal motivo para a leitura ter me prendido e também o aspecto que mais me surpreendeu. Posy é uma personagem um tanto imatura e passiva, aceitando as coisas com muita facilidade. Porém, ao contrário do que eu esperava, isso não me incomodou. Na verdade, foi bastante compreensível pelo fato de que, por muito tempo, Posy viveu em um mundinho a parte e sempre protegida até que, de uma hora para outra, precisou encarar o mundo real pela primeira vez. Então, achei a insegurança dela completamente natural.  

Além disso, essa personagem me ganhou por dois motivos: seu amor pela livraria e o luto que ainda sentia pela perda das pessoas que amava. A perda foi abordada de uma maneira muito real no livro e foi impossível não me sensibilizar com a dor que Posy carregava pela morte dos pais e, posteriormente, de Lavínia. Ela perdeu todas as pessoas que eram seu porto seguro e ainda ficou com a responsabilidade de criar o irmão, o que seria assustador para qualquer um. Além disso, foi lindo ver a forma como ela lutou pela livraria. Mesmo com as dificuldades e as dívidas, ela entendia o quanto aquele espaço era especial e precisava ser preservado por sua história e tudo que representava.  

Já o Sebastian é, sem dúvida, o personagem mais controverso do livro. O título de homem mais grosseiro de Londres certamente foi merecido e é difícil não se irritar com ele. Porém, a autora acertou em cheio na sua construção. Primeiro que, por mais arrogante que seja, Sebastian tem um humor sarcástico e um jeito tão pretencioso de querer que as coisas saiam do seu jeito, que mesmo querendo esganá-lo, eu também me diverti muito com ele. Além disso, desde o começo ficou claro que havia um coração por trás daquela fachada de arrogância e, com isso, acabei me conectando com ele e torcendo para encontrar o homem bom que estava perdido ali.  

Outro ponto interessante é perceber o quanto que Posy e Sebastian despertam o melhor um do outro e se complementam. As provocações e o jeito arrogante de Sebastian acabam tirando Posy de sua inércia e passividade, pois é quando ela decide desafiá-lo e mostrar que é capaz, que finalmente começa a agir. Por outro lado, é a visão otimista e romântica que Posy tem da vida que faz com que Sebastian finalmente passe a enxergar o mundo de uma maneira menos cínica e a dar mais valor no que realmente importa.  

O romance acabou funcionando bem para mim, porque consegui realmente sentir uma conexão entre a Posy e o Sebastian. Temos aquele típico clichê do casal cão e gato (que eu amo), mas ele vai além disso. Enquanto me diverti com as trocas de farpas entre os dois, percebi o quanto eles estavam transformando a vida um do outro e o quanto combinavam perfeitamente. Assim, é claro que torci por eles e por um final feliz para esse casal tão teimoso.  

Com relação aos personagens secundários, eu amei os amigos da Posy. Verity, Nina e Tom têm personalidades muito diferentes, mas formam um grupo de amigos muito divertido de se acompanhar. Eles têm seus momentos de implicância e cometem alguns erros em certos momentos da história, mas a amizade entre eles é muito verdadeira, assim como a lealdade que dedicam à Posy e à livraria. Há também o Sam, irmão mais novo da Posy, que é um personagem bem fofo e algumas vezes se mostra mais maduro que a irmã mais velha.  

A trama se desenvolve de uma forma bastante envolvente, com muitos diálogos divertidos e situações hilárias vividas pelos personagens. O clima da história é bastante aconchegante, especialmente por falar tanto sobre família. Vemos Posy tentando criar seu irmão e superar a ausência dos pais e de Lavínia, a relação de Sebastian com a avó e a própria amizade entre os funcionários da livraria, que acabaram se tornando uma segunda família também.  

E tem algum fã de romance de época por aí? Paralelo a história principal, temos trechos de um conto escrito pela própria Posy. Um romance de época inspirado no Sebastian que é simplesmente hilário. A qualidade é duvidosa e os diálogos são dignos de uma novela mexicana de péssimo gosto, mas o objetivo era esse mesmo e eu dei boas risadas com esses trechos do livro. Inclusive, adoraria uma versão estendida.  

Com relação a edição, eu sou simplesmente apaixonada por essa capa linda. Acho que ela traz esse clima de leveza e aconchego do livro com perfeição. Por dentro, as páginas são amareladas e a fonte tem um tamanho super confortável para leitura. Além disso, preciso enaltecer a tradução da Cecília Camargo Bartalotti também que está impecável.  

Assim, A Pequena Livraria dos Corações Solitários foi uma ótima surpresa, que me permitiu mergulhar em uma história divertida, leve e bastante cativante. Mesmo os personagens estando longe de serem perfeitos, eu me apeguei a eles, ri de suas trocas de farpas e amei acompanhar a evolução de cada um deles. Ao final da leitura, eu estava com o coração quentinho e ansiosa por poder visitar essa livraria. Então, para quem ama uma comédia romântica daquelas que a gente lê em uma tarde tranquila de domingo e termina com o coração quentinho, não pode deixar de conhecer essa série. 

E vocês, já leram algum livro da série A Livraria dos Corações Solitários? Eu já estou ansiosa para conferir o segundo livro. Me contem aí nos comentários se já leram ou se ficaram curiosos para ler.  

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