[Resenha] A Hora do Pesadelo (Never Sleep Again)

Goutyne
By Goutyne

Quando eu era criança adorava assistir a filmes de terror na sala de casa, geralmente a noite, com minha avó dormindo no colchão e uma coberta até metade dos olhos; Um desses filmes me causou um pesadelo que até hoje não esqueço: O jardim da casa da minha avó repleto de flores coloridas, borboletas e um clima de alegria em contraste com um homem macabro, todo queimado, e com longas garras acenando para mim com um sorriso diabólico. Acho que não preciso falar o nome dele.

One, two, Freddy’s coming for you…

Desde então Freddy, por algum motivo, se tornou um dos meus personagens favoritos dos filmes de terror dos anos 80 e 90. Mesmo que nos dias atuais, ao assistir aos filmes, eu dê boas risadas, quando era mais nova sentia muito medo do que aquelas garras poderiam fazer enquanto eu estivesse dormindo. Freddy se tornou muito mais do que um personagem de terror amado, mas um símbolo de toda uma geração, seja de jovens sedentos por ver sangue nas telas ou de novos cineastas empolgados por fazer isso acontecer.

Neste livro temos toda a trajetória que levou a produção deste filme tão icônico. De inicio eu imaginei que seria mais um livro com curiosidades e alguns fatos que aconteceram durante as gravações e com os atores, mas ele foi muito mais do que isso. Thommy Hutson foi atrás de detalhes impensáveis para mostrar aos fãs a criação de Freddy e seu legado e isso inicio tem o nome de uma pessoa: Wes Craven. Muito mais que roteirista e diretor do filme ele foi um visionário do entretenimento de terror, e se não fosse por toda sua determinação e insistência A Hora do Pesadelo nunca teria existido.

Neste livro foram usadas diversas entrevistas com o elenco do filme, assim como câmeras, produtores, maquiadora, cabeleireira e diversas outras pessoas que tiveram uma participação minima nesse projeto. Todos muito orgulhosos e felizes de trabalhar em algo que até os dias atuais é reconhecido e amado, todos contando suas experiencias de forma descontraída e que, eu como fã, senti inveja de não ter feito parte.

Uma das cenas que mais sentia medo era logo na primeira aparição de Freddy que seus braços estão estranhamente longos correndo atrás de Tina, assim como a cena fatal onde ela sucumbi aos ataques da criatura e morre. Em um filme rodado nos anos 80, com um orçamento baixíssimo, não se pode esperar os melhores efeitos especiais, entretanto o que me surpreendeu foi saber que nessas cenas não foram usadas efeitos especiais e sim os práticos com um auxilio de vários profissionais e o projeto de um quarto giratório manual que causou muito desconforto na atriz.

Tudo no projeto foi feito a base da criatividade e disposição dos profissionais envolvidos naquilo, justamente por não ter muito dinheiro envolvido no projeto eles precisam pensar nas coisas nos mínimos detalhes para fazer dar certo na frente das câmeras e algumas delas só poderiam ser usadas uma única vez, como a cena da morte de Glenn (interpretado por Johnny Depp), como litros e mais litros e mais litros de sangue. A preocupação da equipe era onde conseguir mais, caso não desse certo na primeira tomada? E com qual dinheiro? Com uns errinhos perceptíveis somente aos olhos mais treinados a cena foi muito bem executada e até hoje surpreende quem assiste pela primeira vez.

Uma analise cuidadosa revela que, no estado do sonho, manipulando objetos ou em qualquer forma corpórea, Freddy Krueger está presente na tela por cerca de escassos oito minutos, dos noventa e um minutos de duração do filme, algo particularmente curioso. Esta constatação confirma a avaliação de Englund (ator que interpreta Freddy) de que talvez devessem ter mostrado mais Freddy, embora a história tenha comprovado que o seu diminuto tempo de tela não impactou na colossal capacidade do personagem se conectar com o público.

O livro conta com 520 páginas de informações sobre o filme clássico da franquia e fotos dos bastidores, com o personagem principal sendo, claro, Freddy e toda a sua produção; Mas também conta com pessoas que nem se quer sabemos o nome fazendo acontecer uma ideia de um não tão jovem diretor que tinha o sonho de mostrar as pessoas esse personagem, mal sabendo que Freddy se tornaria muito mais do que um personagem e sim um dos símbolos da cultura pop mundial, sendo até hoje querido e imitado em eventos de cosplayers, geek, terror/horror.

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