A maioria de nós, ao ver profissionais usando roupas brancas, imediatamente associa essa pessoa a um profissional da área da saúde. Estamos familiarizados com a imagem do médico que vemos no dia a dia, em filmes e séries de TV. Roupas brancas, jalecos e máscaras são sempre ligados aos médicos e enfermeiros. Mas por que eles usam branco?
Desde os primórdios da Medicina, as vestimentas se adaptaram à realidade de cada época. Por volta do século 19, quando as causas das infecções estavam sendo estudadas, surgiu a necessidade de um local limpo e estéril para trabalhar. Nesse momento, as vestes brancas foram incorporadas com o objetivo de prevenir contaminações e sujeiras externas.
De acordo com Elaine Alves e Paulo Tubino em seu artigo “Evolução histórica da vestimenta do médico”, publicado em 2009, a roupa clara também está associada à pureza e humildade. Além disso, estudos mostram que a maneira como o profissional se apresenta influencia a relação médico-paciente.
“Assim, tem sido demonstrado que o nível de confiança no médico é muito maior quando ele se apresenta vestido de forma distinta, e aumenta significativamente quando está de branco e com gravata. Essa confiabilidade cai para níveis baixíssimos quando está usando roupas informais”, enfatizaram Alves e Tubino.
A vestimenta branca tem sido um símbolo da medicina por mais de 100 anos. No entanto, nem sempre foi assim.
Medicina profissionais ao longo do tempo
Na antiguidade, particularmente na Mesopotâmia e no Egito, a Medicina estava profundamente ligada à religião e à magia. Acreditava-se que, se alguém ficasse doente, era por ter cometido um pecado. Por isso, os médicos usavam vestes longas e formais, além de adereços como amuletos e talismãs.
Em Roma, o traje utilizado era uma toga volumosa, com diferentes tamanhos, cores e formas, o que permitia a distinção entre classes sociais, já que as pessoas de classes mais baixas usavam apenas uma túnica.
Durante a Idade Média, os profissionais também eram ligados a ordens religiosas e, por isso, usavam batas e hábitos longos semelhantes aos monges.
Na Idade Moderna, várias epidemias assolaram o mundo. Os profissionais de saúde se cobriam totalmente, usando vestes de couro, luvas e uma máscara que lembrava o bico comprido de um pássaro.
Na segunda metade do século XIX, as cirurgias eram realizadas por barbeiros-cirurgiões. Para se diferenciarem deles, os médicos começaram a usar a cor preta, que ajudava a disfarçar manchas de sangue e pus de procedimentos anteriores.