[Resenha] Orgulho e preconceito

Goutyne
By Goutyne

“Orgulho e Preconceito” foi o primeiro romance que li da talentosa Jane Austen. Minhas expectativas quanto ao mesmo eram altíssimas, contudo, a autora as superou, me deixando atônita não apenas com o romance ou com o bom humor da trama, mas principalmente, com a crítica social feita da época. Para uma amante de história e de romances de época como eu, a obra é um deleite.

Sem reservas, Jane Austen narra minuciosamente os costumes, tradições e preconceitos do início do século XIX, período em que a Inglaterra era conhecida por seu avanço econômico. Ressalto que a autora por viver nesse período, possui um conhecimento minucioso da sociedade inglesa, o que torna sua obra rica em detalhes e descrições reais de tal sociedade.

Aqui, diferentemente dos romances históricos que estamos acostumados a ler, o preconceito é legítimo e palpável.

Sem floreios vemos o quanto a sociedade daquela época se vangloriava por sua hierarquia, elemento esse que separava os bem abastados dos mais simples, de forma que o encontro entre as diferentes classes era meneado apenas pelo respeito aos costumes da época, o que demonstra não só o preconceito que perpetuava em tal época, como também, o demasiado orgulho.

O Sr. Darcy, rico, culto e extremamente exigente, é um exemplo perfeito de como o orgulho e o preconceito eram tão comuns em tal época. Criado sob a luz de sua posição social, ele se diferencia com orgulho, ostentando sua estima com suas atitudes e escolhas. Entretanto, saindo de Londres para acompanhar o amigo Sr. Bingley a uma temporada no campo, sua posição, riqueza e títulos são, finalmente, questionados. 

Seu amigo, ao se envolver com a simples e volumosa família Bennet, o coloca mais próximo da inteligente e bela Elizabeth, por quem ele de início nutre uma antipatia baseada em sua “inferioridade” social.

Elizabeth por outro lado, não possui nenhum sentimento positivo com relação ao Sr. Darcy, para ela, ele é mais um homem orgulhoso que, sustentado em sua riqueza, busca se diferenciar dos outros. Preocupada com a recente aproximação de sua irmã mais velha com o Sr. Bingley, ela se envolve com os novos visitantes, ficando na presença do Sr. Darcy mais do que gostaria.

Lizzy não se deixa intimidar pelo ar de superioridade mantido por Darcy o que torna o convívio deles engraçado e bem humorado. Inteligentes, eles nos fazem rir com seus diálogos irônicos, permitindo que possamos conhecer mais sobre a personalidade de ambos.

As idas e vindas do destino fazem com que Elizabeth e Darcy se encontrem constantemente, os aproximando, derrubando barreiras. Logo Darcy se vê apaixonado, contudo, Elizabeth ainda vê nele um forte preconceito e orgulho, o que o distancia dela, independente do sentimento que ele diz ter.

Entretanto, quando o amor é forte e real, é possível superar qualquer problema, e para Darcy, a única forma de tê-la é deixar de falar, e mostrar com ações, o quanto a ama.

O amadurecimento dos personagens, os encontros e desencontros, os diálogos engraçados e as leves críticas sociais feitas a época dão a narrativa de Jane Austen um caráter único, envolvente, delicioso. O Sr. Darcy nos mostra a força do amor, tudo isso de uma forma viva e real. Por ele continuamos a ter esperança no amor, nas mudanças que esse sentimento é capaz de fazer.

Mesmo sendo um clássico a trama é atual, abordando o preconceito de uma forma que perdura até hoje. Com boas doses de emoção, divertimento e inteligência, “Orgulho e Preconceito” é uma obra completa e envolvente, que além de descrever a grandiosidade do amor, demonstra com destreza as surpresas que a vida tende a nos reservar.

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