[Resenha] O diário de Anne Frank

Goutyne
By Goutyne

Nesse esconderijo, Anne passava muitas horas lendo e escrevendo em seu diário o que acontecia no seu dia a dia. Primeiramente contava sobre os nazistas no país, depois passou a escrever com mais frequência sobre como as coisas estavam cada vez piores para os judeus. Começou a se afeiçoar a Peter, filho de Hermann, por quem no começo não gostava, mas depois de mudar de opinião sobre o garoto, começaram a ter um relacionamento. Além disso, também contava sobre seus conflitos com sua mãe e irmã.

Durante esse período, Anne não deixava de sonhar com dias melhores e sua liberdade, a menina fazia planos para quando o momento chegasse: queria voltar para a escola, se tornar jornalista e viajar pelo mundo. Com esse propósito e também após ouvir uma transmissão de quê quando a guerra acabasse, recolheriam as anotações escritas pelo povo que sofreu com a repressão do governo nazista. Assim ela começa a reescrever seu diário que carinhosamente o chama de “Kitty”, criando outros nomes para as pessoas que viviam no anexo.

A Família Frank é descoberta

As famílias ficaram escondidas durante dois anos até que foram descobertos pelo Gestapo, polícia secreta que trabalhava para a Alemanha nazista. Levaram-nos, então, para os campos de concentração, separando Otto de sua família. Anne, sua mãe e irmã foram para Auschwitz, local onde também era um campo de extermínio, já que quem não era apto para trabalho imediatamente enviava-se para a câmera de gás.

Na prisão, Anne passou a fazer trabalho forçado, as péssimas condições de higiene resultaram em Anne sarnas pelo corpo e acabou contraindo tifo durante a epidemia que acontecia na época. Anne morreu em 1945, com apenas 15 anos.

Publicação do Diário

Depois que levaram a família para o campo de concentração, Miep Gies e Bep Voskuijl voltaram até o esconderijo e encontraram o diário de Anne e outros pertences da família que foram entregue para o seu pai, Otto, único sobrevivente da família, que retornou para Holanda.

Otto então, ao ler o diário da filha, tarefa que para ele foi extremamente doloroso recordando momentos que viveram naquele anexo, viu o desejo da menina de ser escritora e passa a considerar a ideia de tornar público seus escritos. O diário passou a ter duas versões, a “versão A” a versão original e “versão B”, para que assim pudesse ser publicado. Algumas partes do diário Otto removeu, como onde Anne critica seus pais e sobre sua sexualidade.

Foi para Annie Romein-Verschoor que Otto mostrou o diário de Anne, a historiadora tentou publicá-lo, mas não obteve sucesso, decidiu então entregá-lo Jan Romein, seu marido, que escreveu um artigo sobre o diário no jornal do país. O artigo despertou interesse de várias editoras e a primeira publicação aconteceu em 1947, com o título “Het Achterhuis”.

Novos trechos encontrados

O livro possui tradução para diversos outros idiomas desde a sua publicação. Em 1999, Cornelis Suijk havia anunciado que possuía os trechos dos quais Otto havia retirado do diário e entregue a ele antes de morrer em 1980. Os trechos foram entregues para o Instituto Neerlandês de Documentação de Guerra assim como possuem os manuscritos originais do diário. Após isso, a inclusão de tais trechos passou a fazer parte das novas edições do livro.

Em 1957, surgiu “Fundação Anne Frank” com intuito de arrecadar fundos para que o edifício Prinsengracht. Conhece-se atualmente como “Casa de Anne Frank” e com isso, torna-se um local público.

Três anos depois, “Casa de Anne Frank” foi aberta. Lá se encontra ainda alguns pertences pessoais daqueles que viveram no anexo e o prédio ao lado foi comprado para que pudessem abrigar o manuscrito. Os direitos autorais do diário são exclusivamente para “Fundação Anne Frank”, que além de manter “Casa de Anne Frank” também defende a luta contra o racismo e antissemitismo.

Adaptações

A primeira adaptação ao cinema aconteceu em 1959, nos Estados Unidos, com o título “The Diary of Anne Frank”. O filme foi indicado ao Oscar de 1960, em nove categorias e vencendo três, entre elas Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor direção de arte – p&b e Melhor fotografia – p&b.

Em 2009 o diário ganhou uma versão britânica, produzida pela BBC e em 2016 uma versão austríaca.

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