[Resenha] Admirável mundo novo

Goutyne
By Goutyne

Neste livro, a sociedade é controlada pelo estado cientifico, extremamente totalitário. O amor, família, relações particulares são proibidas e vistas como indecência. Os seres humanos eram criados em laboratório, em quantidades necessárias, e condicionados desde a fecundação de acordo com a sua posição (Casta) na sociedade, o sexo era estimulado desde a infância com os chamados brinquedos eróticos, e o lema era “todos são de todos”, era proibido ficar sozinho e quanto mais parceiros tinham mais bem vistos eram.

Quando sentiam tristeza usavam uma droga chamada Soma, para a fuga da realidade e que não sentiam efeitos colaterais. Graças à ciência avançada não existiam pestes, doenças e as pessoas não envelheciam. A morte era vista como algo bonito, como não existia sentimentos não existia tristeza relacionada à morte.

Sobre a história, bem, esse ponto merece um parenteses: tenho plena consciência de que li essa obra fora do tempo e totalmente descontextualizada. A parte de ficção científica pra época em que a estória foi contada pela primeira vez deve ter sido, sem dúvida, surpreendente.

O universo futurista criado por Aldous Huxley, autor do livro, consegue impressionar levando em consideração o ano de lançamento da obra, 1932. É possível compreender como a humanidade chega naquele momento “evolutivo”, há justificativas suficientes para se acreditar na possibilidade daquele novo mundo. Pelo menos para mim, aqui de 2018, parece que sim.

A história se passa em torno do personagem Bernard Marx. Ele pertencia à casta dos Alfa-Mais, a casta mais importante, onde os homens e mulheres são inteligentes, bonitos e de porte atlético. Porém Bernard não tinha tais características, seu corpo era delgado, franzino, os rumores diziam que houve um acidente quando ainda estava no bocal, alguém por engano pensou que fosse um Gama (uma casta inferior) e colocaram álcool no seu pseudosangue.

Em 1930 certamente foi um escândalo negar Deus, a Família, o puritanismo e a organização social da época, e ainda ter que lidar com uma tecnologia que mesmo em 2018 ainda parece distante. Criar humanos em laboratórios, manipulando e condicionando-os desde o embrião. Uau! Sem falar do consumo deliberado de drogas para “esquecer/ser feliz”, da liberdade sexual, da divisão da sociedade, enfim… Isso, aliás, é praticamente o que temos hoje em dia.

Ele sentia-se deslocado perante sua casta, com dificuldades de relacionar-se porque as mulheres não demonstravam interesse por ele, e questionava alguns costumes que lhe eram impostos. Suas atitudes desagradavam os superiores, e estava quase sendo transferido para algum lugar isolado para não influenciar outras pessoas, até que um dia uma bela moça chamada Lenina aceitou seu convite para uma viagem, onde iriam conhecer a Reserva dos Selvagens.

Nesta Reserva ainda existiam alguns índios que mantinham os costumes antigos, casavam-se e tinham filhos. Durante a viagem eles conheceram uma mulher que se chamava Linda. Linda tinha pertencido a Civilização, era uma Beta e trabalhava na sala de fecundação, e mesmo fazendo os exercícios Malthusianos, para sua infelicidade acabou engravidando do Diretor de Incubação e Condicionamento, que tentou dar um “fim” em Linda para que não acabasse com a sua reputação, então foi acolhida pelos Selvagens.

Seu filho John já era adulto, e como Bernard não conseguia se encaixar com o povo que convivia, ficava dividido entre os ensinamentos de sua mãe e dos Selvagens.

Bernard levou-o para a Civilização, com o intuito de vingar-se de seus superiores e todos que zombavam dele. John teve dificuldades e criou muitos problemas, tentou mudar a sociedade, mostra-lhes que não eram livres, mas não foi suficiente para derrubar o estado cientifico que por sua vez mostra seu poder e seus argumentos, onde tudo que é feito é para o bem da humanidade, pois todas as falhas e problemas do passado não existiam mais.

Porém, hoje, quando já convivemos com tanta tecnologia, e já assistimos e lemos tantas histórias de ficção científica como Matrix, Serial Experiments Lain, Doctor Who, Star Wars… É fácil acreditar em tudo que Aldous Huxley nos conta, mas também por isso o livro não empolga. A trama não é bem contada, não prende a atenção de um modo que a gente queira ler tudo até o fim em uma noite, então, fora do seu tempo, é só mais um livro de ficção científica.

Não vou desmerecer totalmente, nem dizer que não vale a leitura. Como disse lá no início do texto, é claro que os clássicos são importantes e o “Admirável mundo novo” é essencial para quem gosta de ficção científica. A crítica negativa é mais por eu ter lido ele fora de ordem, fora do seu tempo, o que pra mim é mais um problema. Tem histórias incríveis e atemporais, como Star Wars, como Matrix, coisa que o “Admirável mundo novo” não conseguiu – minha opinião!

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