Efeitos vão da maior passagem de raios ultravioleta do Sol para a superfície do planeta a alterações na trajetória de satélites
A estratosfera é a segunda camada da atmosfera, começando a partir da superfície da Terra, e está encolhendo por causa das emissões de gases de efeito estufa.
Faz algum tempo que a ciência sabe que a troposfera está aquecendo, mas que a vizinha de cima está esfriando e encolhendo (a troposfera é a primeira camada, aquela onde vivemos).
Essa contração vem do fato de ela estar esfriando – gases frios ocupam menos volume do que gases quentes – e porque a vizinha de baixo está se aquecendo e expandindo-se, ocupando mais espaço.
Um trabalho que acaba de sair na Environmental Research sugere que esse encolhimento vem-se acelerando neste século e que a camada, de quase 30 km de extensão, pode encolher quase 5% até o final do século.
A razão pela qual o CO2 aquece aqui embaixo e esfria lá em cima ainda é objeto de muita modelagem e muita medição.
A explicação mais simples é que uma molécula de CO2 na estratosfera já não recebe tanta radiação refletida da superfície, já que esta foi bastante absorvida pela camada de baixo.
Ao mesmo tempo, a molécula perde energia irradiando para o espaço sem obstáculos. Perdendo energia, a molécula esfria. Jeremy Plester comentou o trabalho no The Guardian.
A camada de ozônio fica na estratosfera. A contração da camada pode reduzir a probabilidade de uma molécula de ozônio absorver um raio ultravioleta, o que acaba aumentando sua incidência na superfície da Terra.
Outro problema é que os satélites navegam nessa camada.
Com a camada se contraindo, sua densidade aumenta, alterando as trajetórias desses satélites. Imagine os sistemas de GPS mudando seu carro de lugar por conta do aumento do CO2 na estratosfera.