[Resenha] Unifica-Me, de Tahereh Mafi

Goutyne
By Goutyne

Particularmente não gosto quando as autoras lançam contos entre um livro e outro, mas se é de uma história que eu gosto muito eu acabo lendo para poder entender algumas coisas das histórias. Neste caso, antes de Warner se tornar um narrador em Restaura-Me, Tahereh lançou Destrua-Me para nos contar o seu ponto de vista após os acontecimentos do primeiro livro e em Fragmenta-Me nos mostra como foi para Adam sair na batalha até o ponto em que o grupo sobrevivente recebe a noticia da morte de Juliette (bom, não vamos considerar isso um spoiler, pois já que Juliette é a protagonista e tem mais uns 5 livros à frente é óbvio que essa noticia é falsa).

Destrua-Me (ponto de vista de Warner)

Cronologicamente falando este conto é o 1.5 da saga, portanto antes de Juliette conhecer Warner de verdade, daquela forma como vamos acompanhando em Liberta-Me, as leitoras já puderam ter um vislumbre de quem ele realmente é.

Não da para negar que ele ainda está bastante perturbado nesse ponto da história, mas acaba sendo compreensível ao sabermos que ele depositava certas esperanças em Juliette e já estava apaixonado por ela. Não é a toa que ele a beijou, mas sua falta de noção ao tentar interpreta-la fez com que ele não percebesse que ela não correspondeu não apenas por não sentir nada por ele, mas porque ela sente nojo, raiva, da pessoa que ele demonstra ser.

Nesse conto há diversos pontos em que temos alguns vislumbres do diário de Juliette. Em Estilhaça-Me tivemos pouco contato com ele, mas o suficiente para compreender o que ela passou antes de sua história começar no livro.

Warner achava que conhecia Juliette por todas as vezes que a vigiou no sanatório, por tudo o que ele leu em relatórios e principalmente pela fanfic que ele criou na cabeça dele de quem ela deveria ser, o que ela deveria sentir. O diário acabou sendo um choque, pois ele percebeu que tudo que pensou dela era um erro e isso faz com que ele se apaixone mais e mais.

Eu gosto muito da construção de personagem de Warner, mesmo sendo bem clichê em alguns aspectos. Ele continua sendo meu queridinho (eu sei que critiquei muito ele anteriormente e todas as criticas são verdadeiras, mas eu gosto demais dele kkk) e apesar de na trilogia original algumas coisas sobre ele tenham ficado em segundo plano eu estou torcendo para que melhore nos novos livros.

Fragmenta-Me (ponto de vista de Adam)

O sentimento de ranço por Adam foi crescendo à partir de Liberta-Me, todavia eu falei por aqui que até compreendo algumas coisas por ele ser assim. Como diz a grande Pepita “se coloca no lugar dela cinco segundo você vai entender a verdadeira história da vida dela” e é exatamente assim que precisa ser com Adam.

Enquanto Warner vai se desconstruindo na visão das leitoras, Adam passa a se tornar o tóxico e abusivo. Não vou justificar as atitudes dele, que são horríveis, mas aqui ao vermos o ponto de vista dele percebemos a real necessidade dele por Juliette.

Neste conto vemos Adam como irmão. Conhecemos de verdade como é o relacionamento dele com James e esse amor paternal que sente pelo menino que ele criou como próprio filho — mesmo o próprio Adam sendo uma criança. A Juliette representa uma esperança de vida melhor, de felicidade, de paz. Infelizmente essa é uma fanfic que ele criou na cabeça dele, pois Juliette acaba não querendo ser isso em nenhum momento.

Para mim chega a ser bonito ao ver o desespero dele por salvar seu irmão na pior situação possível. Ele não teve a atitude ideal, foi até egoísta, mas dessa forma a autora mostrou que para ele a pessoa mais importante sempre será James, sua família e sangue de seu sangue. Mesmo que ele e Juliette estivessem destinados a ficarem juntos na história os sentimentos dele por ela nunca poderiam chegar perto deste — e de fato não chegam.

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