[Resenha] Ritos de passagem

Goutyne
By Goutyne

A história, contada através de cartas, nos mostra a viagem de Talbot até a Austrália. Ele escreve essas cartas para um tio e que logo nas primeiras páginas conhecemos a personalidade um tanto quanto chata do rapaz. Vindo de uma família mais nobre ele acredita que as pessoas do barco devem lhe respeitar e até mesmo bajular, mas ao ver que isso não acontece acaba se irritando — principalmente com o capitão que pouco lhe da moral.

Mesmo sendo através de cartas, praticamente um diário de bordo, o livro não é tão fácil de ler. Há diversas expressões especificas da vida marítima, o narrador não é uma pessoa muito agradável de se acompanhar e, em alguns momentos, eu não sabia muito bem os objetivos do autor com essa história até que o verdadeiro conflito entre os personagens acontece e passa a ser estabelecido que há uma metáfora utilizando o barco como a sociedade e as pessoas ali cumprindo o seu papel nela. De certa forma pode-se comparar essa história com o próprio O Senhor das Moscas, apenas trocando a ilha pelo barco e os personagens crianças sendo designado a um adulto aqui.

É uma boa leitura, mas que em alguns momentos se torna lenta. Eu demorei muito para ler comparado com o clássico do autor, infelizmente, eu não gostei tanto assim. Mas sei que há muitas leitoras que adoram histórias marítimas e epistolas, então é uma ótima combinação.

A bordo de um navio da Marinha inglesa, tripulantes e passageiros têm de conviver em um espaço exíguo, e a tensão entre eles parece cada dia maior. Talbot se envolve com uma passageira, que pode também estar se relacionando com outros homens. E, aos poucos, os companheiros de viagem começam a exibir sua verdadeira – e sombria – natureza.

A situação se agrava quando um único passageiro, o jovem e aparentemente ridículo reverendo Colley, atrai a antipatia e animosidade dos marinheiros, e a vergonha e humilhação podem se tornar mais perigosas do que o próprio oceano.

Quando eu soube deste lançamento da Editora Alfaguara, fiquei muito curiosa para ler. Primeiro porque eu amo histórias náuticas e também porque eu gosto muito de narrativas epistolares. ⁣

A bordo de um navio da marinha Inglesa, no início do século 19, Edmund Talbot escreve num diário sobre esta longa viagem rumo à Austrália. ⁣Tripulação e passageiros convivem em espaços limitados e enfrentam o cotidiano que aos poucos vai se tornando cada vez mais perturbador e sombrio.⁣

Vaidade e violência surgem em situações que vão se tornando cada vez mais tensas. Edmund se descobre muito menos afável e solícito do que se imaginava. ⁣Eu achei a trama bem perturbadora. E senti dificuldade em compreender as citações aos autores que eu não reconheci (e não conhecia).⁣

A escrita do autor é muito boa e apresenta reflexões interessantes, principalmente sobre auto imagem e sobre a imagem que o outro tem de você.⁣ Com livro, Golding venceu o Booker Prize em 1980.⁣

Achei a capa belíssima e a edição da Alfaguara, muito bonita! Boa diagramação e revisão impecável.⁣ Não é uma leitura fácil, mas foi uma experiência interessante.⁣

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