[Resenha] Quando tudo Faz Sentido

Redação

Não é de se surpreender que depois do sucesso de 13 Reasons Why as editoras comecem a lançar mais livros sobre suicídio e bullying no Brasil. Longe de mim falar que isso é novidade, mas que obviamente o interesse dos leitores por obras assim aumentou não da para negar. Então a Rocco lançou Quando Tudo Faz Sentido que tinha tudo para ser agradável mas que, para mim, causou muita raiva.

Liz Emerson é uma adolescente que decidiu que é infeliz demais para continuar vivendo e então planeja se matar causando um acidente de carro. A história se passa com flashbacks de sua vida e de seus amigos próximos e no tempo atual, com ela internada em estado grave e todos sofrendo no hospital.

O que me causou raiva não foi isso, porque com isso a história teria uma base para ser legal sim. Mas Liz é o pior tipo de adolescente que pode existir. Ela é aquele clichê americano que nós odiamos, sabe? Ela é garota popular que faz mal para os outros para se sentir melhor? Ela é a causa de que muitos adolescentes poderiam decidir tirar a própria vida.

Ela é tão bully que tem pessoas nessa história que acabaram se envolvendo com drogas, que acabaram deixando de fazer algo que gostam, e que até perderam a oportunidade de ter um bom futuro acadêmico por causa de coisas que ela disse ou fez. Deu para entender o que eu quis dizer?

Claro que não estou dizendo que ela merecia isso, cruzes! Mas ela causou a si mesma grande parte de suas agonias. Tirando o seu relacionamento familiar, que é algo que não estava sob seu controle e que mesmo assim a afeta; as amizades ou possíveis amizades ela estragou por livre e espontânea vontade e diversas vezes tendo consciência de que estava fazendo isso.

E ela tem justificativa para suas atitudes. Basicamente para ela ou você sofre bullying ou você é quem faz o bullying e dentre as duas opções ela escolheu a segunda.

Sei que passei raiva com a personagem mas acho que compreendi o que a autora quis passar. Mesmo as pessoas mais populares tem seus problemas e arrependimentos. E na adolescência é muito difícil demonstrar isso mesmo para seus amigos mais próximos. E é nessa fase que muitos erros são cometidos sem noção das consequências. Quando Liz começou a perceber o quanto suas atitudes e palavras afetavam os outros negativamente ela passou a acreditar que o mundo seria melhor sem ela e nem ao pedir ajudar a um orientador conseguiu faze-la mudar de ideia, porque na verdade outro ser humano não consegue se quer entender como o outro se sente quando este passa a ter pensamentos suicidas.

A leitura é bem leve, tipica de um YA. Só o tema que acaba sendo mais polêmico mas acredito que possa agradar aos leitores que gostam de livros com essa temática.

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