[Resenha] Os homens que não amavam as mulheres: 1

Redação
element 4

Essa é uma resenha que facilmente poderia fazer parte daquele projeto relendo e resenhando (estamos em novembro e já falhei nele kk) mas infelizmente não é. A primeira vez que li esta obra foi em meados de 2011 e naquela época eu não era uma leitora tão ativa e lembro-me de ter ficado apaixonada por este livro. A releitura não me fez mudar de ideia mas me deu outras impressões sobre a obra. Cinco anos se passaram e muita coisa mudou em mim. Minha percepção da sociedade e opinião sobre ela.

Hoje em dia o feminismo é um assunto muito mais recorrente no dia a dia e posso dizer que sei um pouco mais sobre o que significa isso; assim como ao longo desses anos eu acabei me interessando mais por outros assuntos que são tratados na obra (menos economia e tal). Então com isso a leitura se tornou muita mais séria, com um novo significado, do que como apenas uma leitura de ficção. O fato é que Lisbeth continua sendo uma heroína a sua maneira, no meu ponto de vista. Eu ainda não sei pelo que ela passou e espero que seja algo que o autor tenha inserido nos outros dois volumes da trilogia, mas o pouco que aparece neste eu com certeza me apaixonei por ela. Uma personagem forte e difícil de ser descrita.

Em primeiro lugar Lisbeth é tudo o que a nossa sociedade ignora e às vezes até odeia. Não nego o fato de ela ser uma criminosa, mas acho que a nossa maneira somos todos. Gosto da forma como ela vai atrás do que quer, seja para o bem ou para o mal. Sua frieza e até o ponto em que ela começa a ceder. Ela é uma personagem difícil de entender completamente mas que conquista o leitor.

O maior mistério do livro gira em torno do desaparecimento (ou morte?) de Harriet, de uma das famílias mais ricas e tradicionais da Suécia. Seu tio esteve obcecado por cerca de 40 anos nessa história e em uma ultima tentativa de saber o que houve com a sobrinha contrata Mikael para fazer uma última investigação. Por mais que esse seja o plot principal tem tanta coisa paralela acontecendo na história que em alguns momentos é difícil de acompanhar (mas muito bom).

Mikael tem seus próprios problemas com a justiça por conta de uma matéria que ele escreveu para sua revista — a Millennium. Para mim o único pecado da obra foi a demora para juntar Mikael e Lisbeth na investigação de Harriet. Okay, foi algo necessário para o desenrolar da obra, já que ficou bem perceptível a intenção do autor de mostrar para os leitores como e quem é Lisbeth antes de nos mostrar sua motivação para esse caso, mas os dois são tão bons juntos que é até um pouco chato de lembrar que eles ficaram metade do livro separados.

Mikael é um personagem mais comum, eu achei. A maior diferença dele para outros personagens masculinos é a sua visão das coisas. Ele não é machista, ele não se importa com esteriótipos, e ele esta bem consigo mesmo, até nas piores das situações. Diante do desenvolvimento da narrativa (eu não vou dar detalhes, mas percebe-se que tem algo relacionado à homens que odeiam as mulheres pelo titulo) Mikael nunca fez um mal julgamento.

Obviamente os filmes não fazem jus ao livro, então se você assistiu qualquer uma das duas versões da adaptação dê uma chance ao livro pois seu conteúdo sobre a investigação e a personalidade dos personagens são bem mais detalhadas. Clichezão falar assim, mas após terminar a leitura eu assisti a adaptação sueca e fiquei um pouco triste por não sentir que Lisbeth foi tão bem retratada, mesmo com a excelente atuação da Noomi Rapace. De qualquer forma a leitura desta obra é recomendada para quem gosta de romance investigativo (policial?) e quem procura um livro que trate de assuntos atuais (mesmo que o livro tenha sido publicado ha mais de dez anos) e principalmente feminismo.

Compartilhe Este Post
Follow:
Goutyne, curiosidade e conhecimento! explore o mundo sem sair do sofá. Vamos explorar!