[Resenha] Oblivion Song: Canção Do Silêncio – Volume 1

Redação

Oblivion Song, o barulho estranho que parece ser constante naquele outro lugar. O lugar para o qual 300 mil habitantes da Filadélfia foram levados há dez anos… Alguns poucos foram resgatados, mas o que será que houve com o restante deles?

Um dos nomes mais conceituados do universo dos quadrinhos. Sua aclamada série The Walking Dead ganhou o Eisner Awards, prêmio reconhecido internacionalmente, e o alçou à fama mundial, dando origem à série de TV homônima. Kirkman também é criador das HQs Invincible e Outcast, que serão adaptadas para a TV, e roteirista da Marvel Comics.

Um jovem ilustrador e colorista italiano que tem despontado no cenário dos quadrinhos, principalmente depois do trabalho com Kirkman em Oblivion Song.

Uma jovem italiana, ilustradora e colorista de quadrinhos para a Skybound Entertainment, trabalhando em 2008 para estúdios de animação e videogames e como ilustradora na edição de Frankenstein: The modern Prometheus de La Spiga Edizioni. Além da graphic novel Monsters University de Lorenzo De Felici, para a Pixar/Disney e vários outros. Também trabalhou na coleção Milo Manara: i capolavori a colori, no episódio A riveder le stelle, da Panini. A partir de 2011, em colaboração com Sergio Bonelli Editore para a série ‘Orfani’ e ‘Orfani: Ringo’, como supervisora do time de coloristas.

O peso de ser um escritor mundialmente conhecido devido ao sucesso de apenas uma obra deve ser imenso. The Walking Dead, por mais que ande em baixa quando se fala de audiência, ainda é uma das séries mais comentadas no mundo, ganhando grande destaque da mídia quando uma nova temporada estreia na Fox.

E foi The Walking Dead que catapultou o nome de Robert Kirkman para a fama, fazendo com que ele seja um dos roteirista e produtores mais bem pagos do mercado. E isso é muito pra quem era pouco conhecido até uma década atrás, quando escrevia Ultimate X-men para a Marvel.

Por isso, e pela possibilidade desse novo trabalho em quadrinhos poder virar uma nova série de sucesso em outra mídia, os olhos se voltam para os próximos trabalhos de Kirkman. É dessa forma que Oblivion Song desperta muito interesse.

Cabe destacar que Oblivion Song vol. 01 – Canção do silêncio sobrevive ao peso da responsabilidade de ser uma boa história como The Walking Dead é nos quadrinhos.

Acompanhamos Nathan Cole, um pesquisador e explorador que está atrás de seu irmão que sumiu com outras 300 mil pessoas na Filadélfia, nos EUA, quando, por motivos inexplicados, uma parte da cidade foi transportada para uma outra realidade cheia de monstros irracionais e perigosos. Passados 10 anos do incidente e, após o governo desistir das buscas, apenas Cole continua cruzando a fronteira entre nosso mundo e a dimensão de Oblivion, trazendo os poucos sobreviventes que ainda encontra, se sujeitando aos vários perigos dessa região.

E Kirkman é hábil ao não se focar apenas em Cole, trabalhando muito o lado humano e os traumas das pessoas que vivem em Oblivion e das que foram resgatadas de lá. O estresse pós-traumático, as decisões das pessoas que não querem voltar para casa, o como é estranho se adaptar novamente à nossa realidade, esses elementos são muito bem trabalhos nesse volume um.

Outro ponto positivo é que o autor não se prende a um eterno mistério, batendo nessa tecla sem parar. O ritmo dos acontecimentos desse primeiro volume é ótimo, mostrando muitas situações que poderiam demorar mais, com intuito de esticar a história, nas mãos de um roteirista menos habilidoso.

Mas não pense que as perguntas e os mistérios que rondam Oblivion acabam nesse volume inaugural. Ao ponto que Kirkman vai reunindo personagens e elucidando alguns acontecimentos, mais perguntas e novas revelações mudam o rumo desse ótimo quadrinho.

Mas não é só o roteiro que se destaca. Os desenhos de Lorenzo De Felici se encaixam na proposta da série, com cenas de ação incríveis, design ameaçadores de monstros e expressões faciais convincentes, o que é algo fundamental para uma quadrinho que trata do impacto que um evento traumatizante teve em toda uma população.

As cores de Annalisa Leoni, também, é outro ponto que merece elogios. Apesar de ameaçador, Oblivion tem cores fortes (com maior destaque para o verde), enquanto a trama na nossa dimensão é em um tom de preto quase que dominante.

Infelizmente, a única crítica que Oblivion Song vol. 01 – Canção do silêncio realmente merece diz respeito à edição brasileira da editora Instrínseca. Apesar do ótimo trabalho que fez com Black Hammer, publicando já dois volumes com vários extras e informações sobre seus autores, e, também, da ótima decisão em adotar a capa cartão ao invés da capa dura, o que torna o quadrinho mais leve e mais fácil de ser manuseado, o mesmo não é dedicado ao conteúdo de informações do novo trabalho de Kirkman.

O volume conta com 06 edições americanas, porém, sequer são publicadas as capas originais e não há um texto sobre a biografia dos autores. Coisas essenciais para enriquecer um bom trabalho como Oblivion Song é. Fica a torcida para que a editora corrija tamanha injustiça nos próximos volumes.

Contando com ótimas cenas de ação e uma boa ambientação, o novo quadrinho de Robert Kirkman consegue sobreviver às expectativas criadas pelo famoso nome que o escritor alcançou devido ao sucesso de The Walking Dead. É uma pena que ao ler Oblivion Song vol. 01 – Canção do silêncio haja um sentimento de ausência de conteúdo na edição brasileira da Intrínseca, que veio sem as capas originais e sem a biografia dos autores.

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