[Resenha] O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte

Redação

Para finalizar esse projeto tão querido das Irmãs Brontë, pelo menos por enquanto, nada mais justo do que a resenha daquele que provavelmente é o mais famoso entre os livros das três irmãs: O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë. Com uma infinidade de edições maravilhosas de diversas editoras – com os preços mais variados – aqui está mais uma edição da coleção da editora Martin Claret.

A história tem como ponto central o amor proibido entre os personagens Heathcliff e Catherine Earnshaw. Heathcliff é um menino de descendência cigana que foi encontrado vagando sozinho pelas ruas de Liverpool pelo pai de Catherine e levado à sua casa, onde cresceu junto a seus filhos, recebendo os mesmos cuidados e privilégios.

Esse tratamento causou diversos problemas, pois, mesmo sendo muito adorado por ele e sua filha, era também odiado por sua esposa e filho. Após a morte de seu defensor, e com a casa sendo assumida por seu filho (Hindley), Heathcliff passou a ser tratado como um serviçal e foram retirados todos os seus privilégios. Sendo proibido de ficar perto de seu grande amor, ele passou a jurar vingança. Todos os desdobramentos desse afastamento forçado constituem a teia dessa história sem igual.

Essa é a segunda vez que paro para ler o romance e admito que não consegui captar toda a magnitude dele, na primeira vez que o li. Por mais que não seja nada fã de seus personagens (não tem um que salve), esse é um daqueles livros que se destacam por serem completamente ímpares. Fora dos padrões da época em que foi escrito, até hoje é capaz de chocar seus leitores, o que faz com que, mesmo nos dias de hoje, ele seja extremamente relevante. 

O amor doentio que Heathcliff sente por Catherine é o que rege a maior parte das atitudes do personagem, transformando-o em um ser cruel e sem escrúpulos, capaz das maiores barbaridades a todos que se interpõem em seu caminho, inclusive a sua própria amada. O personagem é completamente insano e esse detalhe faz com que O Morro dos Ventos Uivantes seja sensacional.

Para finalizar, vou transcrever um trechinho de um outro livro que li logo na sequência desse, que diz exatamente o que eu sinto em relação a ele:

“Mon Dieu, poupe-me das charnecas e de Heathcliff”, ele lamentou, sacudindo a cabeça e colocando o livro sobre a mesa. “Por que não tenta Jane Eyre, em vez deste? Se é que insiste em ler as Brontë. ou A senhora de Wildfell Hall, muito subestimado e, de fato, tão bom quanto.”

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