[Resenha] O Apanhador no Campo de Centeio

Redação

Apresentei há algum tempo minha lista de leitura para esse projeto/desafio de ler alguns clássicos em 2018 e logo após eu programar o post e as leituras eu comecei a namorar um guri que muito me indicou O Apanhador no Campo de Centeio e por isso acabei colocando ele como o primeiro da lista.

Peguei um exemplar na biblioteca e toda feliz por ser um livro pequeno achei que terminaria a leitura muito rápido, porém me enganei muito sobre isso. Está não é uma leitura agradavel, mas isso não significa que ela é pesada mesmo com a depressão do personagem — que na verdade é o único problema de verdade nessa obra.

A história segue uma linha do tempo de mais ou menos 72 horas, período em que Holden descreve um pouco sobre seus principais colegas de escola e quando, enfim, decide ir para a casa mais cedo pois havia sido expulso da escola (neste caso mais uma escola). A jornada do personagem é um aspecto positivo.

Gostei da forma como ele descreve seus colegas, o que eles fazem, como eles fazem e até detalhes sobre seu jeito de falar ou fazer algo inusitado; Assim como também gostei muito das descrições de lugares e pessoas que ele vai conhecendo nesse período em que a história se passa. O que, realmente, não gostei foi do próprio Holden, que apesar de ser um garoto inteligente e muito bem instruído na vida, por ser de uma família rica, é extremamente chato.

Talvez seja um porém por ele, evidentemente, ser um adolescente depressivo, mas isso fica nas entrelinhas ao longo das páginas (mesmo que em vários momentos o próprio Holden comenta sobre se sentir depressivo eu particularmente não acho que o seu autodiagnóstico deve ser válido, da mesma forma que não é na vida real).

Talvez eu tenha pegado uma implicância com ele logo de cara e que foi se intensificando. Eu odeio ler algo e não me identificar com o personagem e precisar ser convencida ao longo do livro de que vale a pena ele ter minha simpatia. Teve alguns poucos momentos que eu me identifiquei com algo que ele fez ou falou, mas no geral sua maneira de reclamar de tudo e de todos me deixou frustrada, assim como sua aparentemente comodidade de viver infeliz e colocar a culpa de todos os seus problemas em outras pessoas como se somente os outros fossem responsáveis pelo que ele esta passando e por tudo que deu errado em sua vida. O que vale a pena citar e que é algo bom em seu caráter é a forma como ele fala sobre sua irmã mais nova e sua preocupação com a mãe, que inclusive ele se culpa muito por acabar sempre decepcionando-a. Acredito que o que mais leva Holden a se segurar nesta obra é seu amor por sua irmã e a saudade que ele sente de seu irmão que faleceu há alguns anos. Inclusive esses dois fatores são os que mais influenciam o personagem, seja para o lado positivo como para o lado negativo.

De modo geral o livro não é ruim. Só vai depender muito do tipo de leitor que você é e do que espera desta obra. Fica o aviso de que precisa ter muita empatia para com Holden para não acabar tendendo a abandonar a obra no meio.

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