[Resenha] Jo Nesbø – Polícia: 10

Redação

Eu não sei vocês, mas confesso que eu tenho um certo ranço de livros que sempre trazem um personagem “famoso” do autor em diferentes histórias (como é o caso de Dan Brown e seu personagem Robert Langdom, por exemplo). Essa foi a minha primeira experiência de leitura dos livros de Jo Nesbo e já comecei pelo décimo livro do personagem Harry Hole.

Esse pode ser um dos motivos pelo qual a leitura me desagradou, já que eu não estava familiarizada com o personagem e acabei desenvolvendo pouca empatia por ele.

“O assassino é um vingador, e Harry tem razão: ele mata por amor, não por ódio, lucro ou prazer sádico. Alguém tirou algo dele que ele ama, e agora ele está tirando das vítimas o que elas amam mais que tudo. Pode ser a própria vida. Ou algo que eles estimam ainda mais: um filho.”

Acredito que ninguém é obrigado a gostar ou odiar um livro porque outras pessoas gostam ou odeiam. A leitura é um gosto pessoal e tenho certeza de que muitas pessoas adoram os livros do autor, porém não funcionou comigo. Jo Nesbo escreve extremamente bem, mas alguns quesitos da trama me incomodaram bastante.

Os principais pontos negativos, na minha humilde opinião, foram o fato do livro focar muito na vida pessoal dos policiais ao invés de focar no caso do Serial Killer e a questão dos policiais não conseguirem lidar com a falta de Harry Hole. Em diversas partes do livro temos narrativas dos relacionamentos entre os policiais, a família e os dramas vividos por eles no cotidiano.

Eu ficava extremamente ansiosa pelas partes da investigação, da procura pelo assassino, que foram as partes que mais gostei de ler. A questão da falta que o Harry Hole fazia na academia de polícia, já citado anteriormente, me irritava profundamente, pois nenhum policial se achava à altura para resolver o caso e viviam lamuriando a cada 50 páginas a falta que ele fazia.

Um ponto positivo que eu não poderia deixar de salientar é o fato de que Jo Nesbo construiu um assassino muito complexo. Quando penso em um Serial Killer eu imagino alguém complexo e inteligente, semelhante ao personagem desenvolvido por ele. Devo concordar também com o fato de que o livro do autor realmente é uma montanha russa e se torna mais atraente e emocionante próximo do final (e que final!).

Recomendo a leitura para quem gosta de livros policiais e para quem aprecia tramas complexas com personagens que aparecem em outros livros, como é o caso de Harry Hole. Minha experiência de leitura não foi tão prazerosa por motivos extremamente pessoais, o que não torna a narrativa ruim para outras pessoas.

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