[Resenha] Jo Nesbø – Boneco de neve: 7

Redação

Boneco de Neve foi minha primeira experiência com Jo Nesbø. Apesar de ser o sétimo livro da série de Harry Hole (nome do investigador protagonista), devo dizer que não me senti perdida ou prejudicada durante a leitura – ainda que, provavelmente, existam detalhes que talvez eu não tenha captado tão bem em função de ser uma série em andamento. Nesse volume, acompanhamos Harry Hole investigando um serial killer cruel, cujas vítimas são mulheres – mães e esposas aparentemente sem conexão. Quando a primeira neve cai em Oslo (cidade na qual a trama acontece), uma morte a acompanha, causada pelo assassino conhecido como Boneco de Neve. Durante sua investigação, Harry ainda precisa lidar com sua nova e eficiente colega de trabalho, Katrine Bratt, e com os sentimentos mal resolvidos que tem pela ex-namorada, Rakel.

Harry Hole foi um personagem que me lembrou muito Cormoran Strike, de Robert Galbraith: um investigador na faixa dos 30-40 anos cheio de amarguras do passado, com cara de poucos amigos, mas muito bom no que faz. Talvez seja um estereótipo do gênero mas, ainda assim, Harry me agradou. O personagem é sagaz e tem certa fama por ter desvendado um caso envolvendo um serial killer no passado. Apesar disso, ele sabe ouvir seus colegas e dá ouvidos às suas ideias e teorias.

A dinâmica com Katrine é ótima, e ela é uma policial determinada e competente – ainda que repleta de segredos. Outra semelhança de Harry com Cormoran são os sentimentos conflitantes e ainda presentes pela ex. Harry tem uma ligação muito próxima com o filho de Rakel, Oleg e, por conta disso, acaba sendo próximo dela também. Rakel agora tem um relacionamento com um médico prestativo e gentil, Mathias, que acaba sendo uma peça-chave durante a investigação. Mas ok, prometo que parei por aqui com as comparações.

O desenrolar da investigação é o ponto forte do livro. Jo Nesbø constrói uma história envolvente e impossível de largar. As cenas nas quais as mortes ocorrem causam aflição e medo, devido a crueldade dos atos do assassino. Assim como Harry Hole, nos sentimos perdidos e sem nenhuma pista de quem pode estar por trás dos crimes.

Entretanto, uma crítica negativa em relação ao caso é que, pra mim, ficou bastante óbvio o motivo pelo qual o criminoso escolhia suas vítimas e fazia o que fazia. Por outro lado, demorei muito a desconfiar do culpado, o que ocorreu em um momento muito próximo da revelação. Esse é um aspecto que eu apreciei bastante, pois estava sentindo falta de ser surpreendida em um thriller.

Um aspecto curioso que vale mencionar foi o estranhamento com o local no qual a trama se desenrola: foi a primeira vez que li um livro ambientado na Noruega e, por isso, foi um tanto difícil decorar alguns nomes. Confesso pra vocês que diversas palavras eu lia “de qualquer jeito” e, provavelmente, de modo incorreto. Mas, sinceramente, eram tantas consoantes que nem eu mesma me julgo por isso HAHAHA!

Boneco de Neve foi uma ótima experiência para conhecer a escrita tão elogiada de Jo Nesbø. Com sua trama envolvente, o leitor nem sente que já se passaram 420 páginas. Contudo, preciso ser sincera e admitir que não pretendo seguir lendo os outros livros da série Harry Hole porque, simplesmente, muitos deles não me chamaram a atenção. Mas Boneco de Neve está mais do que recomendado a todos que apreciam um bom romance policial.

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