[Resenha] Jo Nesbø – A sede: 11

Redação

encontro sem graça, marcado sem muito entusiasmo pelo Tinder, custou muito caro a Elise. Mais precisamente, lhe custou a tudo. O corpo foi encontrado em seu próprio apartamento, com feridas causadas causadas de forma antinatural e sem qualquer sangue em suas veias. Aparentemente, o assassino tinha uma sede real por sangue. E ela não foi a única.

A inspetora Katrine Bratt se torna a responsável pelo caso, que de tão sem vestígios, parece quase o crime perfeito. Não houve arrombamento, não há como rastrear a origem do instrumento de tortura utilizado e a pressão da mídia em cima do caso, como sempre, atrapalha mais do que ajuda. O cenário que Harry Hole encontra ao se juntar à equipe de investigação é pouco animador, mas ele precisa solucionar esse caso. Caso contrário, seu futuro será ainda pior que o das vítimas desse assassino em série.

Conviver tão de perto com o mal como nós dois convivemos corrói a alma. Pode não parecer para as pessoas, mas isso já destruiu parte de nós.

Muito antes que eu me rendesse os thrillers policiais, Jo Nesbø já era um nome conhecido para mim. A longa trajetória do detetive Harry Hole é aclamada pelos fãs, chegando aos cinemas com um de seus títulos e desconheço quem tenha lido e não o recomende. O volume de páginas sempre me assustou, mas me joguei na oportunidade de conhecer suas escrita. O que posso dizer é que não devo ter feito da maneira correta ou escolhi o livro errado para iniciar essa jornada.

A narrativa em terceira pessoa não se prende a nenhum personagem. Logo no primeiro capítulo temos uma ideia do que se passou com uma das vitimas, e a partir dai acompanhamos a inspetora Katrine, Harry e todos os personagens que o narrador julgar importante. Porém, tudo me pareceu arrastado, descritivo, desestimulante.

Por muitas páginas avancei lendo apenas os diálogos, retornando a narrativa quando se mostrava essencial para o entendimento e lendo apenas superficialmente. Também não existia aquela vontade de voltar ao livro sempre que precisava fazer uma pausa.

A sede é o décimo primeiro livro de uma saga e mesmo que todos digam que é possível lê-los de forma independente, a experiência não me parecia completa. O tal assassino é o mesmo de algum caso passado e que conseguiu se esquivar do habilidoso detetive. O fato está descrito na sinopse, mas também fica claro durante a leitura. E tem o Harry em si, que deve ter passado por muita coisa longo de sua trajetória e conhece-lo assim de supetão não me permitiu criar aquela ligação com o personagem. Em vários momentos fiquei com a sensação de ‘pegar o bonde andando’. E peguei mesmo, não é?

Definitivamente não foi o melhor primeiro contato com um autor, mas estou longe de desistir de conhecer Nesbø ou Hole. A mente aparentemente inescrupulosa do autor ainda aguça minha curiosidade. Por isso, voltarei com mais calma; do princípio.

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