[Resenha] Irmãos de sangue (A Sina do Sete – Livro 1)

Redação
molcci.com .br 6

Preciso comentar que depois da Trilogia da Magia e dos Primos O’Dwyer eu pensei que seria mais um livro da mesma temática. Esses primeiros capítulos foram meio arrastados para ler… porém a Nora nunca decepciona e essa não foi a primeira vez.

A história começa com Giles Dent em uma narrativa contando fatos, que teriam “ecos” no futuro. A caça às bruxas, intolerância e incontáveis são um modo fácil do mal agir através de quem está impregnado desses sentimentos.

Três amigos, com vidas e realidades tão distintas quanto si podem imaginar tem uma amizade improvável, Caleb – o garoto de classe média, Fox – filho de hippies e Gage – o filho do bêbedo. Em comum o mesmo dia, mês e ano de nascimento.

Para comemorar o 10º aniversário eles decidem desfiar ao seus pais e a deus. É nesse contexto que Cal vê a fantasma. E um pequeno acidente, um pacto de sangue, traz de volta o que estava adormecido. É liberto o que estava oculto dentro de casa um deles até aquele momento. Num juramento que se destinava a selar a sua amizade, e eleva-la ao patamar de os tornarem irmãos, porém acabam por libertar algo desconhecido e horrível que regressa a cada sete anos para transformar a pacata vida na pequena cidade de Hawkins Hollow num autêntico pesadelo – Sete dias de inferno, de sete em sete anos.

Um novo salto no tempo traz a história ao presente.

Por mais que pareça uma história de bruxas não é. É sobre o sagrado e o profano. Espíritos que não vão embora por estarem presos as suas ações em vida ou por quererem ficar e provoca em morte ainda mais mal do que fizeram em vida. É também uma visão da mortalidade. Tanto em vida quando após ela. Da permanência do que somos por nossa linhagem através dos anos e de contabilidade através dos filhos e dos filhos desses filhos.

A chegada a cidade da repórter Quinn Black com objetivo de pesquisar sobre o estranho fenômeno. Mas logo ficamos cientes que ela tem uma aguçada sensibilidade e que esse dom vai deixar claro para ela o mal que vive ali. No decorrer que a história acontece, os fatos vão esclarecendo a história, porém de certa maneira também fazem ela ficar ainda mais confusas e interessantes. 

Porque os mistérios mais óbvios são expostos enquanto tantos outros nada óbvios te prendem a leitura numa busca por essas soluções e repostas. Novos personagens deixam tudo ainda mais complexo e instigante. Como que por acaso temos a chegada de Layla que se viu compelida a ir para aquela cidade, desencadeia situações que fazem com que Quinn recrute Cybil para ajuda-los a encontrar resposta, te prendendo ainda mais nesse mistério por que não tem como não tentar entender o papel de cada um na história. Visto que Gage e Cybil chegam “juntos” a cidade.

Neste livro temos o perfeito equilíbrio entre os elementos que compõem essa história: suspense, mistério, tensão, romance, intriga, fantasia, paranormal… E se a maneira com que a Nora Roberts trabalha os seus enredos é comum entre os seus livros, também temos, a elegância que ela aplica à sua escrita e a riqueza de detalhes que confere às suas descrições tem colocando no ambiente onde ocorre a cena.

Nessa história em especial a Nora “explica” através da personagem porque ela ama contar histórias de terror, e mais uma vez deixa explicito que é fã do Stephen King. E de certo modo essa história tem um toque do “king” na história. Porque? Direi de uma maneira que não dê spoiler ou estrague sua história, mas você deve ter reparado que não são bruxas, magos os personagens dessa história, eram meninos que vieram a ser homens, que fizeram um ritual de irmandade em solo sagrado, despertando espíritos daquele local. (waw tão King não é!).

À medida que os papéis principais são definidos os mistérios só aumentam deixando tudo ainda mais intrigante. Afinal onde tínhamos três personagens principais agora temos 6 figuras centrais e interligadas a trama. E as descobertas ao decorrer do livro, trazem novas perguntas e algumas repostas a antigos questionamentos. No entanto diferente da maioria dos outros livros da Nora essa não é uma história que pode ser lida independente das outras. É mais como a primeira parte de três onde nos vemos presos à expectativa do próximo livro. Slainte!!!!

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