[Resenha] Fogo & Sangue – Volume 1

Redação

Fogo e Sangue não é o tão esperado novo volume de As Crônicas de Gelo e Fogo, a saga que deu origem à série e hoje conta com cinco livros. Ele é um prequel da história principal e é sobre os três séculos em que a dinastia Targaryen ficou no trono de Westeros.

Começamos com Aegon, O Conquistador, que após a queda da Valyria era o único senhor de dragões do mundo, junto com as suas irmãs esposas. Ele conquistou os Sete Reinos a fogo e sangue, construiu e Trono de Ferro com as espadas dos inimigos e assim começou a monarquia da família. Passando por vários e vários reis e rainhas, chegamos até Aegon III, que é o último retratado nesse primeiro livro.

Essa primeira parte engloba mais ou menos 150 anos da dinastia Targaryen e vou falar uma coisa: A Daenerys é umas mais sensatas da família (e olha que ela não é nenhum exemplo de equilíbrio). Os Targaryens sempre tiveram um pezinho na loucura, na fúria. Provavelmente por toda questão do casamento entre irmãos, que é um ponto importante do livro.

No último episódio exibido da série Varys (Conleth Hill) disse uma frase parecida com a de Sangue e Fogo que exemplifica bem a psique da família: “O rei Jaehaerys uma vez me disse que loucura e grandeza são dois lados da mesma moeda. Toda vez que um novo Targaryen nasce os deuses jogam a moeda no ar e o mundo prende a respiração para ver como ela irá pousar”.

Além da loucura, a Casa sempre foi vista em Westeros como uma espécie de divindade. Por serem descendentes ancestrais da antiga Valyria, senhores de dragões com cabelos platinados e olhos violetas, se diferenciavam de todos. Inclusive, raramente os Targaryens adoeciam ou sofriam de males do povo comum.

A história da dinastia é extremamente interessante e te envolve. Há intrigas, guerras, conspirações, brigas e assassinatos. George R. R. Martin nunca nos decepciona no quesito criatividade, enredo e reviravoltas. Fora que encontramos muitas Casas já conhecidas do leitor/fã da série, como Stark, Tully, Baratheon, Lannister, Greyjoy e outras.

Mas Sangue e Fogo tem um problema: a fluidez. Ele não é um livro fácil de ler. Eu mesma demorei 2 meses para terminar as 670 páginas (muito porque eu estou com tempo corrido, mas também por causa do livro em si). Sabemos que Martin não é um escritor de poucas palavras. Ele é detalhista e constrói seu universo de maneira extremamente completa. Mas isso nunca foi problema em As Crônicas de Gelo e Fogo, porque era uma prosa, apesar da leitura mais lenta. Só que em Sangue e Fogo, para inovar, o autor fez como se o livro fosse escrito pelo Arquimeistre Gyldain, então é um enredo denso de historiador, com pouquíssimos diálogos e muitos e muitos fatos. Fora que os nomes dos personagens são muito parecidos e muitas vezes me senti perdida. Mas algo muito legal é que o Gyldain usou várias fontes para compor a história, então às vezes o mesmo fato tem três versões e ainda fica claro que nenhuma delas pode ser a verdade. 

A edição da Suma está lindíssima! A capa tem tudo a ver com o livro e ele conta com 80 ilustrações de Doug Wheatley que ajudam a nos inserir ainda mais na história dos Targaryens. E é bacana porque vemos, por exemplo, como é o Trono de Ferro real. Muito maior e mais imponente que o da série da HBO.

Sangue e Fogo é difícil de ler, mas tem uma história ótima, típica de George R. R. Martin. Para quem já é fã é um prato cheio. É ótimo ver toda história de glória e auge dessa família que foi quase extinta.

Produtores e HBO já estão conversando sobre ao fim de Game of Thrones adaptar Sangue e Fogo para uma série. E já posso dizer que se seguirem o material original vai ser bem louco! Agora ficamos aqui esperando o autor terminar As Crônicas de Gelo e Fogo e a segunda parte da história dos Targaryens, que vai até o Rei Louco, pai da Daenerys.

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