[Resenha] Extras – Feios – vol. 4

Redação

Em Extras, Scott Westerfeld revisita o mesmo universo distópico, onde todos são modificados cirurgicamente aos 16 anos para atingir a perfeição estética. Mas, dessa vez, o foco da crítica ferina do autor é a fronteira público/privado. A era da perfeição física acabou e, na sociedade pós-libertação, os cidadãos estão conectados à interface da cidade e, em seus canais individuais, compartilham informações de todo o tipo. Tecnologia, beleza, comportamento, tudo pode ser publicado. Mas o conteúdo é o que menos importa, contanto que ele garanta uma posição no top 10 do ranking da fama.

Nesse novo mundo, Aya Fuse, uma Feia de 15 anos, é, ainda, uma Extra. Ou seja, neste complexo novo sistema social, ou se é conhecido ou se é apenas um figurante sem importância. Ocupando o 451.611º lugar nessa tabela, Aya está bem longe de seu próprio irmão, Hiro, que está entre os que ocupam o topo da lista de celebridades. Mas nesse universo não é necessário fazer alguma coisa relevante para ter sucesso: basta encontrar alguém que o faça e contar a todo mundo.

Para Aya, a descoberta de um grupo de misteriosas meninas que se arrisca a surfar em trens magnéticos pode ser a oportunidade perfeita. Uma matéria tão boa que irá despertar o interesse de todo mundo, incluindo alguém há muito desaparecido.
Extras confirma o talento de Westerfeld em criar mundos e sociedades tão absolutamente diferentes e, ao mesmo tempo, tão intrinsecamente semelhantes aos atuais. Uma paródia brilhante sobre a obsessão do mundo moderno pela fama.

Distopias normalmente impressionam porque geralmente trazem enredos inusitados e, muitas vezes, bizarros. Todavia, Scott Westerfeld consegue se destacar em termos de criatividade e de imaginação com a série de livros “Feios”, que vem fazendo muito sucesso nas livrarias de vários países do mundo e, por isso, neste artigo falarei um pouco sobre os 4 volumes em ordem.

A trama se passa em um mundo pós-apocalíptico completamente diferente e com uma proposta inovadora por parte do autor. Após um desastre ecológico, o planeta ficou quase completamente devastado, contudo, a vida humana continua existindo, e agora há uma sociedade futurística com uma cultura totalmente fora do padrão.

A sociedade distópica convive em meio a paz, harmonia, felicidade, diversão… Mas, principalmente a perfeição — “Em um mundo de extrema perfeição, o normal é feio”. Isso é levado tão a sério que pessoas nascidas “feias” são excluídas, sendo mandadas para um lugar específico até que façam 16 anos de idade. Quando os jovens chegam a essa idade, eles ganham um grande “presente” do governo: uma cirurgia plástica, que os torna perfeitos perante a distópica civilização que vive em cidades-bolhas. Isso é tão maluco! Mas eu gostei!

“Feios” traz uma ficção científica fora dos padrões e tem fundamentações muito inteligentes. É claro que é muito fácil enganar alguém como eu; se você conseguisse ser pelo menos um pouco convincente ao me contar que viu um ovni, eu acreditaria, mas Scott realmente consegue fazer parecer algo possível num futuro distante. Até certo ponto, claro.

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