[Resenha] Especiais – Feios – vol. 3

Redação

Faz algum tempo que eu li Perfeitos, segundo volume da série Feios, então confesso que fiquei um pouco confusa no início, e talvez isso tenha ajudado na minha experiência não tão boa com esse terceiro volume. Eu achei o início muito enfadonho. Uma perseguição que dura quase 20% do livro, parecia que não acabava nunca, chato pra caramba de acompanhar. Sabe quando você fica torcendo pra determinada parte de um livro acabar logo? Foi o que eu senti. Porque era nítido que aquilo podia ter sido encurtado e que até mesmo não tinha grande importância para o enredo, mas o autor vai enrolando sem parar, com várias descrições chatas e finge que tá indo tudo bem.

Além da situação como um todo ser desinteressante, os personagens estão intragáveis. Ok, eu entendi que tudo isso era para mostrar como os especiais são, mas não tinha uma forma menos chata e cansativa de mostrar isso? Minha vontade era de dar um soco na Shay, o quão insuportável ela estava na primeira parte desse livro, não pode ser descrito em palavras.

Aliás, uma coisa que tenho a falar quanto a essa série é que nenhum personagem encanta de fato. Você pode gostar de um, torcer por outro, mas no fim das contas não é aquela sensação de apego. Se metade do elenco morresse, acho que eu sequer sentiria, como realmente sucedeu em determinada parte no final. Eu até gostava do personagem em questão, mas não senti nem um comichão de tristeza quando tudo aconteceu, porque acredito que nem dê tempo para isso.

Ou seja, o desenvolvimento fica bem mediano. Eu realmente não senti muitas emoções enquanto lia. As descrições são exacerbadas e muitas vezes desnecessárias, tirando o fato de que eu senti uma certa repetição em alguns pontos, como foi com Perfeitos, no qual eu não aguentava mais ler a palavra “borbulhante”.

O livro até melhora a partir dos 50%, onde tudo fica mais eletrizante, mas até chegar lá, você já está desanimado com a leitura. Além de não ser uma coisa tão boa assim. Só é bom porque a situação narrativa antecessora era realmente deprimente. Ah, e o fato do conflito principal ter sido causado por um engano… Tenho nem palavras. Odeio esse tipo de artifício.  O desfecho é tanto faz, tanto fez. Considerando que ele fecha todo um ciclo, eu achei bem medíocre. Umas justificativas bobas só pra coisa terminar minimamente impactante… Não me agradou, não. Pode ter saciado dúvidas e tudo mais, mas para mim, faltou emoção.

Tinha uma coisa grande para acontecer, uma espécie de sacrifício, que é super corrido. Parece que o autor não sabia o que ia fazer até chegar no final, então fez qualquer coisa de qualquer jeito.

Resumindo, achei o livro bem fraquinho. O pior dos três de longe, o que me faz lamentar, porque Feios começou prometendo. Sua introdução não era exemplo de qualidade ou sequer originalidade, mas instigava o leitor e flertava com o memorável. No fim das contas, o autor não soube trabalhar bem com a premissa interessante que criou, então acabamos tudo com certo vazio, sentindo que, talvez, se essa história estivesse em outras mãos, tudo poderia ser melhor explorado.

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