[Resenha] Drácula (Bram Stoker)

Goutyne
By Goutyne

Qualquer fã de terror já se deparou em algum momento com Drácula, seja o filme, série ou referencias em outras obras. Eu sou uma dessas e confesso que nunca senti tentada a ler o livro original. Então aproveitei para colocar na minha lista de 2021 para conhecer essa história que conquistou muitas gerações e é uma referencia na literatura de terror.

Eu não esperava encontrar aqui uma história narrada em forma de diários e cartas. Esse não é um elemento narrativo que eu gosto muito, apesar de já ter lido boas histórias assim. Mesmo com muitos detalhes do que acontece na mansão do Conde Drácula e do que sucede posteriormente ainda gostaria de uma história linear narrada em terceira pessoa. Claro, estou basicamente exigindo que o livro seja do jeito que eu gostaria, ou esperasse, né? Mas as cartas e diários dão a impressão de deixar alguns detalhes de fora e, a maioria das vezes, colocar muito sentimentalismo dos personagens para com o remetente ou a si mesmo (no caso dos diários).

— Bem-vindo a minha casa. Entre por livre e espontânea vontade. Vá em segurança e deixe algo da felicidade.

Jonathan é um jovem assistente de advogado que precisa viajar para a Transilvânia e auxiliar um cliente de seu empregador que irá se mudar em breve para Londres. Esse cliente é o próprio Conde Drácula acaba aprisionando o jovem por algumas semanas e o deixa para morrer após sua mudança. O inicio do livro, quando Jonathan está na casa do Conde com certeza é uma das partes mais assustadoras da história; Mesmo eu conhecendo um pouco da história de Drácula e sabendo o que ele é, ao ver a incerteza do personagem e o medo que ele sente das coisas que vê naquela casa parece que eu estava sabendo da existência do conde pela primeira vez. Para mim o livro poderia se estender um pouco mais nessa parte, pois quando o Conde passa a viver em Londres e procurar formas de se alimentar lá a trama ficou muito morna e me fez questionar o motivo do livro ser tão aclamado no aspecto de terror ainda hoje.

As próximas cartas são da noiva de Jonathan, Mina, sua amiga Lucy e alguns de seus pretendentes a história passa a ser muito mais uma investigação sobre quem, ou o que, o Conde Drácula é. A presença de Van Helsing é uma boa adição na história, pois ele já tem pleno conhecimento da lenda que envolve o vampiro e como pode destrui-lo.

Então aqui ficam algumas comunicações mais chatas, como Lucy contando para sua amiga sobre seus pretendentes e posteriormente esses homens todos reunidos para tentar matar o Conde. Além de conversas que em alguns momentos parece não levar a história para lugar algum. Entendo que faz parte da característica de cartas e diários, que as vezes o assunto pode ir até coisas irrelevantes, mas isso deixa faz com que o livro perca toda a ambientação de terror que deveria ter.

Acho que uma das coisas que mais espero em um livro de terror é o final e aqui não foi diferente. Eu acreditei que o encontro com a criatura seria épico, de dar medo e fazer com que o leitor se sentisse aflito, mas a jornada foi tão grande que o ápice não fez jus a ela. Cena de duas, três, páginas que são esquecíveis. Então ao contrário do esperado, infelizmente, Drácula é uma história bem morda.

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