[Resenha] Bilionários nazistas: A tenebrosa história das dinastias mais ricas da Alemanha

Redação

Um livro inquietante que reconstitui os mecanismos de violência e corrupção que estão na origem da riqueza de várias das dinastias empresariais mais poderosas do mundo.

Bilionários nazistas é uma prova de que o resgate da memória histórica sobre esse sinistro período continua relevante e necessário

A história do nazismo na Alemanha é inseparável das biografias dos industriais e financistas que ajudaram Adolf Hitler a conquistar o poder absoluto e lucraram milhões com as atrocidades do Terceiro Reich ? são nomes como os Von Finck, Porsche, Oetker e Quandt.

Aduladores e inescrupulosos, eles ampliaram seus impérios através do roubo de propriedades judaicas e da exploração do trabalho forçado de vítimas da barbárie nazista, além da fabricação de armas e munições.

A brandura do julgamento de seus crimes no pós-guerra possibilitou a continuidade de suas dinastias empresariais, cujos herdeiros acumulam fortunas e administram marcas mundialmente famosas até hoje, como Volkswagen, Dr. Oetker, BMW e Allianz.

E por que, depois de tantas décadas, eles ainda estão fazendo tão pouco para reconhecer os crimes de seus antepassados

Debruçado sobre milhares de documentos e fontes originais, além de abrangentes pesquisas historiográficas, o jornalista e historiador David de Jong ? holandês de origem judaica ? disseca as origens obscuras das fortunas multiplicadas a ferro e fogo entre 1933 e 1945.

Neste livro, seu trabalho de estreia, o autor faz um chamado ao resgate da memória do genocídio nazista, tarefa primordial em tempos de ressurgência do extremismo antidemocrático.“O desafio, como De Jong nos lembra, é reatualizar essa história para continuamente encontrar novas maneiras de trazê-la para o presente.”

O livro “Bilionários Nazistas” conta a história das dinastias mais ricas da Alemanha e seus vínculos com o regime nazista de Adolf Hitler. A obra é dividida em três partes, cada uma focando em uma das famílias: os Krupp, os Quandt e os Flick.

A primeira parte do livro apresenta a história dos Krupp, uma das famílias mais ricas e poderosas da Alemanha, que fez fortuna produzindo armas e munições. A autora descreve a ascensão da família durante a Primeira Guerra Mundial e sua relação com o regime nazista, que se intensificou durante a Segunda Guerra.

A segunda parte do livro se concentra na família Quandt, proprietária da BMW e uma das maiores acionistas da Daimler-Benz. A autora descreve a forma como a família Quandt fez fortuna durante a Segunda Guerra Mundial, explorando o trabalho forçado de prisioneiros de campos de concentração nazistas em suas fábricas.

A terceira e última parte do livro apresenta a história dos Flick, uma família de empresários que controlava uma vasta rede de empresas durante o período nazista. A autora descreve como os Flick lucraram com a guerra, fornecendo matérias-primas e recursos para o regime nazista.

Ao longo do livro, a autora explora as relações entre essas famílias ricas e poderosas da Alemanha e o regime nazista, mostrando como elas se beneficiaram da ideologia nazista e da guerra para aumentar ainda mais sua riqueza. A autora também discute a forma como essas famílias lidaram com as acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Em última análise, o livro revela como a riqueza e o poder das famílias Krupp, Quandt e Flick foram construídos em cima do sofrimento e da morte de milhões de pessoas, e como essas dinastias continuaram a prosperar mesmo depois de serem cúmplices do maior genocídio da história da humanidade. O livro é um lembrete sombrio de como o dinheiro pode corromper e como a história não deve ser esquecida.

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