[Resenha] A paciente silenciosa

Redação

Para começar, A Paciente Silenciosa era um suspense da minha lista de leituras futuras. E foi um enorme arrependimento não ter começado a lê-lo antes. Alex Michaelides escreveu um thriller da melhor espécie: o psicológico.

Esse gênero faz você esquecer de tudo ao seu redor e querer ler sempre mais e mais. A cada fim de capítulo dá apenas para uma tomada de fôlego e seguir para a página seguinte.

A capa já me chamou a atenção por ser simples e ao mesmo tempo dar um tom de mistério. Mas o despojamento acaba por aí, pois já nas primeiras páginas, no primeiro capítulo, lemos a seguinte frase: “Alicia Berenson tinha 33 anos quando matou o marido.” Já supõe-se quem é A Paciente Silenciosa que dá o título ao livro, e ansiosamente quer saber como, onde e o motivo dela ter feito isso. 

A Paciente Silenciosa é o livro de estreia do autor e conta a história de Alicia Berenson: uma pintora famosa casada com Gabriel, um fotógrafo de moda. Condenada por matar seu marido com 5 tiros no rosto, Alicia se cala. Não fala uma palavra sequer. Não expressa absolutamente nada. Anos depois, o psicoterapeuta forense Theo Faber tem a missão de ajudá-la a desvendar todos os mistérios que a circundam.

Um dos pontos mais interessantes é como o autor consegue ir além do mistério. Michaelides utiliza de bases teóricas da psicologia e teses de renomados psicanalistas para explorar a psique da protagonista. E isso torna o thriller ainda mais envolvente, a partir do momento em que deixa a investigação do crime para o segundo plano, explorando totalmente a mente de Alicia e Theo.

Muitos outros psicoterapeutas haviam passado pelo caso e não conseguiram avançar por reconhecer no silêncio da heroína um choque intransponível e sem explicação. É nesse momento que o terapeuta vê uma oportunidade de ajudá-la, pois acredita que o caso vá muito além do perceptível. Além disso, é uma oportunidade de Theo promover-se profissionalmente, já que a clínica em que trabalha corre o risco de fechar as portas.  

A quantidade de páginas por capítulo faz com que a leitura se torne ainda mais fluida. A narração em primeira pessoa pelo psicoterapeuta e a construção dos fatos pelo diário que Alicia escreveu são geniais. Conhecemos a história de Alicia, por ela própria, mesmo ela não falando uma palavra sequer.

Tem-se uma narrativa intercalada com duas perspectivas diferentes: entre passado e presente. Nos sentimos realmente dentro da cabeça da pintora e de seus sentimentos. 

Durante toda a leitura a sensação que temos é sempre de: “O que está acontecendo?”, “Será que ela fez isso mesmo?”, “Porque se calar por todo esse tempo?”. Passamos os capítulos ansiando por respostas e quando parece que elas chegam, novos personagens, novas histórias e hipóteses entram em cena.

Ficamos sedentos por respostas e reflexões sobre a psique tão bem construída das personagens. Por isso, é uma leitura imperdível e que vai te prender do início ao fim.

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