[Resenha] A Geografia de Nós Dois

Redação

Nesse meus tempos de leituras alternadas e praticamente obrigatórias eu estava com ressaca literária direto e mal conseguia pegar um livro na mão que já me dava um treco. Então resolvi ler algo que eu queria há algum tempo e young adult com romancezinho porque eu adoro, como vocês bem sabem. Ai lembrei desse livro, que eu sempre curti o titulo e parece ser super fofo. Bom, claro que não me arrependi, né? Ele tem tudo que eu gosto.

Não era só pelo fato de estar em um local totalmente diferente. Era porque também tinha a oportunidade de se tornar alguém diferente. 

Geralmente eu reclamaria dos desencontros que os personagens tem ao longo da trama, mas poxa! não é que ficou perfeito nesse livro? Todo o processo foi importante para o amadurecimento dos personagens e eu nem me refiro em relação ao romance e sim a eles mesmos, a vida e prioridades. Adolescentes não tem como ter suas escolhas aceitas, porque né…

São adolescentes, e eles tem que seguir os pais até então ter idade para trilhar seu próprio rumo e o livro mostra um pouco disso sem ser chato, com brigas ou revoltas bobas. Na verdade Lucy e Owen abraçam a escolha dos pais de bom grado.

Bom, Lucy é uma garota que tem praticamente tudo. Pelo menos no que diz respeito a questão financeira. Não que ela não tenha o amor dos pais, pelo contrário; mas eles viajam muito a trabalho e ela quase não fica com eles. A relação familiar é bem escassa, mesmo que exista o amor.

E é em um desses dias em que ela está sozinha que conhece Owen, no elevador do edifício em que mora em Nova York. Ela já havia visto ele anteriormente no prédio e até mesmo nas redondezas, mas nunca tinham conversado até esse apagão que ocorreu na cidade em uma tarde de verão. Owen é o oposto de Lucy, sendo assim ele é de uma família pobre mas que cresceu com os pais sempre por perto, cheio de amor e memórias de família que agora causam dor por causa da morte repentina da mãe.

Lucy ama NY e Owen odeia. Ela é otimista e ele é realista. Ela procura se conectar e ele é antiquado. Existem muitas diferenças entre eles mas mesmo assim a conexão foi imediata. Tudo era natural mesmo que por apenas um dia. Ai o negócio é que o romance não pode desenrolar a partir dai porque ela teve que se mudar com os pais para a Europa e ele precisou praticamente se tornar um nômade com seu pai pela costa leste dos EUA.

Mas não existe começo que seja totalmente novo. Toda novidade chega no encalço de algo velho, e todo inicio vem a custa de um fim. 

Os dois aproveitam bastante essa nova fase e se correspondem periodicamente através de cartão-postal (parece estranho, mas no conceito do livro é super fofo, ok?). Ambos vivem suas próprias vidas onde estão, conhecendo novas pessoas, fazendo amigos e até namorando; mas aquele sentimento de saudade e de algo inacabado fica ali o tempo todo. Em tudo que Lucy faz ou vê ela imagina como seria para Owen, o que ele pensaria ou o que falaria; assim como Owen se sente da mesma forma em relação a ausência dela.  Apesar desse aspecto o livro não é nostálgico e monótono. A autora soube colocar bem esse aspecto de forma sutil, com apenas algumas palavras ou pequena atitude dos personagens (um exemplo simples é de um momento que Owen simplesmente entra em uma loja para comprar um cartão postal para mandar para Lucy).

O livro não é aquele que super emociona o leitor, pelo menos comigo não foi assim. Ele é fofo, a história é fofa e mostra que por mais que histórias de amor são lindas as vezes elas simplesmente não acontece daquele jeito perfeito. Existem muitas coisas na vida de duas pessoas que as impede de ser um casal, ou que dificulta isso. E foi exatamente assim com eles. Mesmo depois do final que pode não ser perfeito para algumas eu continuei adorando porque ele é um final que beira ao real. Uma leitura que vale a pena.

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