[Resenha] A Caderneta de Endereços Vermelha

Redação

A Caderneta de Endereços Vermelha, de Sofia Lundberg, publicado aqui pela Globo Livros, ganhou um pedacinho do meu coração assim que li a sinopse. Quase perdi esta leitura para a Ju, mas, como ela é uma pessoa muito boa, pude ficar com este livro com a condição de emprestá-lo, assim que for possível (xô, corona!).

A narrativa acompanha a trajetória de Doris, que, aos 96 anos, decide escrever suas memórias e deixá-las como uma espécie de herança para o único membro de sua família ainda vivo: sua sobrinha-neta Jenny. À medida que passa pelas páginas de sua caderneta de endereços, ela descreve suas lembranças, bem como as pessoas que fizeram parte de sua vida.

Para começar, preciso dizer que eu simplesmente ADOREI o fato de a personagem principal ser uma idosa! Na verdade, foi isto que me fez interessar pelo livro. Sim, nós viajamos no tempo e a conhecemos primeiro como uma criança e, depois, como uma jovem mulher através de suas memórias, mas é a Doris de 96 anos que narra esta história, e eu acho isto IN…CRÍ…VEL! Eu defendo a divulgação de obras com personagens diversos e plurais e acredito que protagonistas da terceira idade podem e devem ser mais exploradas!

Eu senti muito pela solidão de Doris. A única interação que ela tem com outro ser humano, sem ser Jenny – com quem ela conversa uma vez por semana pelo computador -, é com uma cuidadora que só passa algumas horas do dia com ela. Eu imagino o quão isolada ela deve se sentir e como deve ser importante escrever suas memórias porque é o seu único legado. A jovem Doris passou por poucas e boas, o que nos faz simpatizar por ela imediatamente, mas a autora não a vitimiza. Doris fica cada vez mais forte a cada obstáculo que supera.

Um ponto que me agradou bastante na obra é que Lundberg não pinta uma história (somente) cor de rosa. Ela usa toda a gama de cores da sua paleta de emoções para criar uma trama bem mais verossímil e próxima da nossa existência cotidiana, mas, ainda assim, ela não se distancia muito da essência do gênero romântico.

Aliás, este é um romance muito doce e que nos deixa com o coração e a alma bem quentinhos e alegres! A leitura fluiu sem grandes problemas e de uma maneira muito leve e gostosa. Confesso que estava precisando de uma leitura assim! Depois de tantos livros de não-ficção e de leituras mais densas e pesadas, este livro caiu como uma luva para limpar o meu paladar literário! Recomendo muito para as nossas românticas de plantão! E fica a dica para as amigas que são manteigas derretidas: podem separar o lencinho (Ju, estou falando com você, viu?!).

Outra coisa positiva é que eu gostei muito de conhecer uma autora sueca. Estou percebendo, e isto me faz muito feliz, que escritoras mulheres e fora do eixo tradicional de leitura estão ganhando mais espaço nas estantes brasileiras. Pessoalmente, tenho feito um esforço para conhecer mais autoras e de países diferentes. Fiquei muito satisfeita com esta leitura!

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