Cada objeto que já existiu neste planeta costuma ser classificado em três estados básicos da matéria: sólido, líquido ou gasoso. Isso é o que geralmente aprendemos nas aulas de ciências, certo? Mas… e quanto ao estado físico do fogo?
Para todas aquelas pessoas que coçaram a cabeça durante aquelas aulas chatas de química, aqui vai uma curiosidade: o fogo não pertence a nenhum dos grupos acima mencionados. Na verdade, o fogo nem sequer é uma matéria propriamente dita, como veremos ao longo deste artigo.
Entendendo por que o estado físico do fogo não é físico, líquido ou gasoso
Primeiramente, vamos analisar por que o fogo não pode ser um gás. Pois bem, em um nível científico, o fogo difere de qualquer tipo gás porque os gases em geral podem existir no mesmo estado indefinidamente, enquanto os incêndios sempre queimam eventualmente.
Além disso, o fogo é incapaz de formar estruturas como filamentos, feixes e camadas duplas sob a influência de um campo magnético. Sendo assim, o fogo não pode servir de eletroímã quando exposto a um campo magnético, o que não acontece com sólidos, líquidos ou gases.
Também não podemos esquecer que as leis da física determinam que não se pode extrair mais energia de uma determinada substância sem investir mais energia nela. Consequentemente, esse fato elimina a menor possibilidade de o fogo ser sólido, líquido ou gasoso.
Na prática, todos os tipos de fogo “morrem” gradualmente e não podem continuar a existir em seu estado natural para sempre. Por exemplo, uma pira logo se apagaria se não fosse constantemente fornecida com oxigênio e material inflamável.
Compreendendo o que é plasma
Algumas pessoas acreditam que o estado do fogo se encaixaria no grupo do plasmas, então vamos tentar compreender isso. Pois bem, antes de Sir William Crookes identificar o quarto estado da matéria (plasma) em 1879, a humanidade só acreditava em três estados da matéria. Desse modo, antes do advento da ideia do plasma, a humanidade acreditava que o fogo era, na verdade, um elemento separado.
O plasma é uma nuvem de prótons, nêutrons e elétrons em que todos os elétrons se isolaram de suas respectivas moléculas e átomos, dando ao plasma a capacidade única de agir como um todo, em vez de um grupo de átomos individuais. Em termos simples, ele seria como aquele garoto do colégio que decidiu abandonar seu conjunto de amigos, apenas para sucumbir a uma vida de solidão.
Além da existência hipotética de “matéria escura”, o plasma é a forma de matéria comum mais abundante e cientificamente aceita encontrada em todo o universo. O plasma se assemelha a um gás mais do que qualquer outro estado da matéria, mas se comporta de maneira muito diferente. Isso ocorre porque os elétrons livres não estão em contato físico constante uns com os outros devido à falta de afinidade entre si.
Em suma, isso significa que o plasma pode fluir como um líquido ou um fluido, composto de áreas específicas que são como grupos de átomos que se unem. Esta propriedade do plasma o diferencia de todos os outros gases, o que fez com que livros não-científicos sugerissem que o fogo pertence ao quarto estado da matéria, o plasma. No entanto, isso não é necessariamente verdade.
Pois bem, na verdade, o fogo não tem estado físico, visto que ele não é matéria, mas sim energia. O fogo é simplesmente a energia liberada pela reação de oxidação entre um combustível e um comburente.
Dito isto, a definição exata de fogo ainda continua levantando questionamentos. A ciência ainda não conseguiu descrever com precisão a verdadeira natureza do fogo. Para esclarecer as dúvidas das mentes curiosas, o fogo costuma ser mostrado como algo semelhante ao plasma, mas, cientificamente falando, esse não é realmente o caso.