Porque educação sexual volta para o currículo escolar? Entenda o motivo

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By Goutyne
Porque educacao sexual volta para o curriculo escolar Entenda o motivo

A inclusão da educação sexual no currículo escolar é um tema debatido em muitos países, e os motivos podem variar de acordo com a perspectiva social, cultural e política de cada região. Aqui estão alguns dos principais motivos pelos quais a educação sexual é considerada importante e volta para o currículo escolar:

  1. Informação abrangente e precisa: A educação sexual nas escolas visa fornecer informações precisas e atualizadas sobre anatomia, reprodução, saúde sexual, métodos contraceptivos e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Essas informações ajudam os estudantes a tomar decisões informadas e responsáveis sobre suas vidas sexuais.
  2. Prevenção de gravidez na adolescência: A educação sexual pode reduzir a taxa de gravidez na adolescência, fornecendo informações sobre contracepção e planejamento familiar. Estudos mostram que a disponibilidade de informações sobre contraceptivos e o conhecimento sobre sexo seguro podem reduzir a gravidez indesejada em adolescentes.
  3. Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis: A educação sexual pode ajudar a conscientizar os estudantes sobre a importância do sexo seguro e a prevenção de DSTs, como HIV/AIDS, sífilis, clamídia, entre outras.
  4. Promoção da saúde sexual e emocional: A educação sexual também inclui aspectos relacionados à saúde emocional, consentimento, respeito mútuo e relacionamentos saudáveis. Isso pode ajudar a criar uma cultura de respeito e cuidado entre os jovens.
  5. Combate ao abuso e exploração sexual: Ao ensinar sobre o consentimento e os limites nos relacionamentos, a educação sexual pode contribuir para a prevenção do abuso sexual e da exploração de crianças e adolescentes.
  6. Igualdade de gênero: A educação sexual pode abordar questões de igualdade de gênero, combater estereótipos sexistas e promover relações baseadas no respeito e na igualdade entre homens e mulheres.
  7. Apoio à saúde mental: A compreensão de questões relacionadas à sexualidade e ao corpo pode ajudar a reduzir a ansiedade e a vergonha em relação ao tema, melhorando a saúde mental dos estudantes.

Apesar de ser um tema que gera muita discussão, especialistas da área da saúde garantem que uma educação sexual de qualidade é primordial, porque não se trata de uma “aula sobre como fazer sexo”, como muitas pessoas pensam.

“Sexualidade é estrutural, não se resume a apenas do comportamento sexual. Ela entra no vivenciar do ser humano nesse mundo, autoconhecimento sobre corpo, nomear sensações, colocar limites… Tudo isso é educação sexual. É muito importante e deveria ser priorizado se a gente quer um desenvolvimento mais saudável das crianças”, explica o terapeuta sexual.

André Almeida

Conhecimento é munição contra abusos

A sexualidade ainda é um tabu na sociedade, mesmo entre a adultos. Por isso, quando há a intenção de discutir o assunto na infância e na adolescência, existe uma ideia distorcida de que a educação sexual exporia as crianças a situações para as quais elas não estariam preparadas. André garante, entretanto, que levar o assunto da forma correta para os jovens os mune de informação sobre comportamentos que podem ser classificados como abuso sexual.

“Educação sexual dá ferramentas importantes para a criança entender principalmente sobre o próprio corpo e limites de contato físico. O abuso, normalmente, não é algo que desperte uma dor física ou que vá machucar a criança. O abusador trata os atos como se fosse um carinho, uma brincadeira. Se o jovem não tiver uma boa educação sexual, só vai compreender muito mais para frente que foi abusado”, afirma.

Educação sexual nas escolas

Sobre a crença de que o tema só deve ser tratado em casa, no momento em que os pais acharem melhor, o psicólogo alerta para o fato de que a maioria dos casos de abuso acontecem dentro de casa, vindo de alguém de confiança, como os pais e tios. Um levantamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos aponta que, dos mais de 18 mil registros de abuso infantil em 2021, em mais de 8 mil a vítima e o agressor moravam na mesma casa. Por isso, as crianças devem ter informações para se proteger.

É importante destacar que a educação sexual nas escolas deve ser implementada de forma adequada, respeitando a idade e o nível de desenvolvimento dos alunos, e deve envolver a colaboração entre educadores, pais e comunidade para garantir uma abordagem aberta, inclusiva e responsável. O objetivo é fornecer informações para capacitar os jovens a tomar decisões informadas e saudáveis em relação à sua sexualidade e bem-estar.

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