Você já andou por um museu de arte e se viu rindo das cabeças irritadas de meia-idade dos bebês medievais? “Uau, aqueles artistas medievais eram terríveis em pintar crianças!” Você provavelmente pensou consigo mesmo. Mas a piada é realmente sua: esses artistas queria suas pinturas para apresentar mini versões daquele cara de um cubículo.
Vox falou com Matthew Averett, professor de história da arte na Universidade de Creighton que editou a antologia A primeira criança moderna em arte e história, para descobrir por que essa tendência para bebês intencionalmente velhos abundava durante a Idade Média — e o que causou a mudança durante o Renascimento em direção aos rostos querubins de bochechas gordinhas que reconhecemos como bebês.
O raciocínio, como todas as coisas artísticas da Idade Média, tem a ver com Jesus. Naquela época, a Igreja encomendou a maioria dos retratos de bebês e crianças. E eles não queriam apenas um bebê velho —, queriam o menino Jesus (ou outras crianças bíblicas). Artistas medievais aderiram ao conceito de homúnculo, que literalmente significa “homenzinho”, ou à crença de que Jesus nasceu “perfeitamente formado e inalterado”, disse Averett.
Esse bebê homuncular, de aparência adulta, Jesus se tornou o padrão para todas as crianças, um exemplo que ficou na Idade Média porque os artistas da época tinham, segundo Averett, um “falta de interesse no naturalismo, e eles se voltaram mais para convenções expressionistas.”
Durante o Renascimento, no entanto, a arte não religiosa floresceu e os clientes ricos queriam retratos de seus filhos queridos que eram fofos — e não de Benjamin Button. Adicione uma atenção maior ao realismo, e os bebês começaram a se afastar do homuncular hiperestilizado.
